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Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2011 às 12h59.
A gestora de recursos GWI anunciou nesta quarta-feira o fechamento para resgates e aplicações de dois fundos de ações, o GWI FIA e o GWI Classic. Um comunicado divulgado pela administradora das carteiras, a BNY Mellon Serviços Financeiros, informa que assembléias extraordinárias com os cotistas, a serem realizadas no dia 23 de outubro, decidirão o que ocorrerá com os fundos - entre as opções, estão a substituição do gestor e da administradora, a cisão dos fundos ou sua liquidação.
A gestora informa, em seu site, que a decisão de fechar o GWI FIA "deve-se ao agravamento das condições de mercado nos últimos cinco dias, que levaram o fundo a uma situação delicada de liquidez." Apenas na última terça-feira, dia 7, o GWI FIA registrou uma perda de 47,4%. No ano, a baixa chegou a 89%. O fundo sempre assumiu riscos altíssimos, ao fazer pesadas operações de compra e venda de ações no mercado futuro, que comprometem mais de duas vezes o patrimônio do fundo. Isso significa que os cotistas podem perder mais do que aplicaram. No jargão do mercado financeiro, isso se chama alavancagem.
A estratégia foi bem sucedida até poucos meses atrás - ajudou a garantir ao GWI FIA uma rentabilidade de 446% de julho de 2005 a julho de 2008, o melhor desempenho da categoria de fundos de ações, de acordo com um levantamento do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas. Mas mostrou-se temerária numa situação de grave crise como a atual.
O GWI Classic, por sua vez, não é um fundo alavancado - e registrou perdas menores que o GWI FIA. No ano, a desvalorização ficou em 36,2%, pouco inferior à do Índice Bovespa, que caiu 37,2%. Ainda assim, a gestora informa, em seu site, que decidiu fechar o fundo "para assegurar o tratamento igualitário a todos os cotistas", em razão dos pedidos de resgate de recursos.
Comandada pelo coreano Mu Hak You, a GWI sempre foi vista com ressalvas por grandes bancos, gestores de recursos e consultores de investimentos, que não distribuíam seus fundos a clientes. A empresa foi fundada em 1995 como uma factoring para atender aos comerciantes coreanos do bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Esses empresários continuaram como os principais clientes da gestora - estima-se que metade do patrimônio da GWI seja composto pela fortuna pessoal de Mu Hak e que 90% da parcela restante venha da comunidade coreana paulistana.