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Guerra tarifária, balanços de bancos e inflação: o que movimenta os mercados

Nesta madrugada, a China anunciou tarifas recíprocas de 125% sobre as importações dos Estados Unidos

Donald Trump e Xi Jinping no centro da guerra tarifária (SAUL LOEB/AFP)

Donald Trump e Xi Jinping no centro da guerra tarifária (SAUL LOEB/AFP)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 11 de abril de 2025 às 07h50.

Última atualização em 11 de abril de 2025 às 08h10.

Esta sexta-feira, 11, começa com os mercados ainda em clima de tensão diante da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

A China, taxada pelo governo americano em 145%, respondeu nesta madrugada com tarifas recíprocas sobre os EUA de 125%. A medida entrará em vigor no sábado, 12, segundo a Reuters.

Em meio a esse cenário, investidores acompanham o início da temporada de balanços nos EUA. Antes da abertura dos mercados em Nova York, JPMorgan, Wells Fargo, Morgan Stanley e BlackRock divulgam seus resultados trimestrais.

Às 9h30, o Departamento do Trabalho divulga o índice de preços ao produtor (PPI) e o núcleo do PPI de março. Às 11h, a Universidade de Michigan publica a prévia de abril do índice de sentimento do consumidor, além das expectativas de inflação para os próximos 12 meses.

O dia conta ainda com a participação de John Williams (Federal Reserve de Nova York) e Alberto Musalem (Fed de St. Louis) em eventos públicos, às 11h e 12h, respectivamente, em meio a um cenário de incertezas quanto à condução da política monetária americana.

No Brasil, os destaques são os indicadores de inflação e atividade. Às 9h, o IBGE divulga o IPCA de março, após o índice ter registrado alta de 1,31% em fevereiro. Também serão conhecidos os dados do INPC e do INCC/Sinapi. No mesmo horário, sai o IBC-Br de fevereiro, prévia mensal do PIB, que cresceu 0,90% em janeiro.

Na agenda política, às 8h50, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista à rádio BandNews.

Mercados internacionais

Os mercados amanheceram instáveis diante da escalada das tensões comerciais entre EUA e China. Na Ásia, as bolsas terminaram a semana sem direção única. Na China, o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,13%; enquanto o CSI 300, de Xangai, teve alta de 0,41%.

No Japão, Nikkei 225 recuou 2,96%, enquanto o Topix caiu 2,85%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,5%, mas o índice de small caps Kosdaq subiu 2,02%. O S&P/ASX 200 da Austrália encerrou o pregão com queda de 0,82%.

Na Europa, por volta das 10h24 (horário de Londres), o índice europeu Stoxx 600 caía 1,3%, pressionado por perdas nos setores de tecnologia, energia, finanças e indústria. O DAX, da Alemanha, recuava 1,7%, enquanto o CAC 40, da França, caía 1,3%, e o FTSE 100, do Reino Unido, perdia 0,4%.

Em Wall Street, os índices futuros operavam perto da estabilidade, após uma forte queda na quinta-feira. O S&P 500 despencou 3,46%, o Dow Jones caiu 2,5% (mais de mil pontos), e o Nasdaq tombou 4,31%, refletindo o nervosismo com os impactos econômicos da disputa tarifária.

No Brasil, o Ibovespa também fechou em queda de 1,14%, aos 126.344 pontos, enquanto o dólar comercial avançou 0,92%, a R$ 5,899.

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