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Grupo Mateus surpreende com margens melhores no 4º tri, apesar de vendas mais fracas

Companhia conseguiu avanço na rentabilidade, apesar de vendas desacelerarem no atacarejo; ações sobem

Mateus: grupo seguiu fortalecendo sua estrutura financeira (Leandro Fonseca/Exame)

Mateus: grupo seguiu fortalecendo sua estrutura financeira (Leandro Fonseca/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 11h43.

O quarto trimestre do Grupo Mateus (GMAT3) superou as expectativas do mercado, mesmo com alguns números mais fracos.

Embora as vendas mesmas lojas (SSS) tenham desacelerado, a companhia compensou com margens mais robustas e um balanço patrimonial fortalecido.

Analistas do Citi, BTG Pactual, Itaú BBA e Safra destacaram a resiliência da empresa, que segue como uma das preferidas no setor. As ações do Grupo Mateus subiam 2,80%, cotadas a R$ 6,97, perto das 11h25.

A receita bruta do Grupo Mateus cresceu 16% ano contra ano, atingindo R$ 9,9 bilhões, mas ficou levemente abaixo das estimativas do BTG (-2%). O segmento de atacarejo (57% das vendas) avançou 18% no período, mas teve um crescimento de SSS de apenas 2,1%, menor do que os 4% esperados pelo Citi.

Apesar disso, o desempenho das novas lojas foi positivo, compensando o momento mais fraco das unidades maduras. Por outro lado, a margem bruta subiu para 23%, um avanço de 60 pontos-base em relação ao ano anterior. “A maturação das novas lojas no Nordeste tem sido um fator importante para o aumento da rentabilidade”, destacou o Citi em relatório.

O EBITDA ajustado cresceu 30% ano contra ano, alcançando R$ 730 milhões, com margem de 8,4% (avanço de 0,9 ponto percentual). O Itaú BBA destacou que a empresa se beneficiou de alavancagem operacional e controle eficiente de custos, resultando em um crescimento de 37% no EBITDA pré-IFRS e um aumento de 1,20 ponto percentual na margem EBITDA.

O Safra ressaltou que, apesar do sólido crescimento e da expansão da margem EBITDA em 117bps, o desempenho de vendas mesmas lojas no atacarejo ficou aquém do esperado, com um crescimento de apenas 2%. “O fraco desempenho do SSS no segmento de atacarejo é um ponto de atenção, sendo o menor entre os players listados”, apontou o banco.

Além disso, a redução nos prazos de pagamento a fornecedores e um ciclo de caixa estável devem ser acompanhados de perto, pois a melhoria do capital de giro é um dos principais impulsionadores para valorização do papel.

Além do forte desempenho operacional, o Grupo Mateus seguiu fortalecendo sua estrutura financeira. A companhia reduziu sua dívida líquida para R$ 609 milhões (0,29x EBITDA pré-IFRS), ante R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre. O ciclo de caixa permaneceu estável em 77 dias, mostrando que a empresa segue eficiente na gestão de capital de giro.

O BTG Pactual destacou que a empresa combina crescimento com disciplina financeira. “Apesar do cenário desafiador para o varejo alimentar, o Grupo Mateus tem conseguido melhorar suas margens e reduzir alavancagem, o que reforça sua resiliência”, pontuaram os analistas. O Itaú BBA complementou que, apesar do aumento no capex, a empresa conseguiu gerar R$ 450 milhões em fluxo de caixa livre, sustentando um ROIC marginal de 18%.

Mesmo em um setor competitivo, o Grupo Mateus segue bem posicionado para 2025. O Citi manteve recomendação de compra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 10,40 por ação, destacando a expansão contínua da rede.

O BTG também reforçou visão positiva, ressaltando que a empresa combina escala, conhecimento regional e uma estrutura de custos eficiente.

O Itaú BBA classificou o papel como compra, com preço-alvo de R$ 10,00, destacando o forte potencial de crescimento e a possibilidade de revisões positivas nos lucros em 2025.

Já o Safra manteve recomendação neutra, argumentando que, apesar do sólido crescimento e da expansão da margem, a ação já está precificada a 10x o P/E de 2025, com um potencial de valorização limitado a 11%.

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