O Partenon na Acrópolis de Atenas é vista no fundo, atrás da bandeira da UE no topo do ministério das Finanças grego (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2012 às 10h10.
Atenas - A Grécia evitou o risco imediato de um calote descontrolado ao ganhar forte aceitação de seus credores privados em uma operação de troca de títulos, que diminuirá a grande dívida pública do país e abrirá o caminho para um novo resgate internacional.
O Ministério das Finanças disse que os credores ofereceram 85,8 por cento dos 177 bilhões de euros em títulos controlados pela lei grega. Isso alcançará 95,7 por cento de toda a dívida grega detida por credores privados com o uso de "cláusulas de ação coletiva " para garantir o acordo com os credores que se recusaram a participar voluntariamente.
O resultado deve abrir caminho para que a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberem o pacote de resgate de 130 bilhões de euros acordado com a Grécia no mês passado.
O porta-voz do governo grego Pantelis Kapsis disse que o resultado foi um "voto de confiança" na capacidade de Atenas em fazer profundas reformas estruturais em sua economia. "Eu acho que este é um momento histórico", disse ele à emissora de televisão privada Antenna.
Mas a Grécia continua com um longo caminho para resolver seus assustadores problemas econômicos, políticos e sociais. As reformas exigidas pela UE e pelo FMI, de profundos cortes orçamentários, provocaram uma onda de violência em Atenas e ajudou a mandar o desemprego para uma taxa acima de 20 por cento, na medida em que a nação sofre com o quinto ano de recessão.
O país também tem eleições, provavelmente no próximo mês, quando os conservadores pró-resgate e os socialistas enfrentam uma variedade de pequenos partidos de direita e de esquerda que rejeitam o resgate, e pode sofrer para formar um governo eficiente.
Entretanto, o sucesso da operação de troca de títulos foi bem recebido nas capitais da UE, uma vez que bloco tenta proteger economias maiores com problemas, como a Itália e a Espanha.
"São boas notícias, é um bom sucesso", disse o ministro das Finanças da França, François Baroin, à rádio RTL. "É algo que nos permite continuar numa base voluntária, que evita o risco de calote." O Ministério das Finanças da Alemanha disse que a operação foi "um grande passo no caminho da estabilidade e consolidação de um nível sustentável de dívida, o que dá à Grécia uma oportunidade histórica."