Bolsas alívio com a aprovação de planos de austeridade na Grécia, mas greves continuaram em Atenas (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2011 às 13h56.
São Paulo - Os mercados de ações globais subiam pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira, em meio ao alívio com a aprovação de planos de austeridade na Grécia. Algum embolso de lucros, contudo, reduzia os ganhos das bolsas.
Aqui, a Bovespa subia em meio à nova alta nas ações do Pão de Açúcar, o dólar caía ante o real, e os juros futuros avançavam após o Banco Central elevar as projeções de inflação.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, a autoridade monetária elevou suas estimativas neste e no próximo ano, de 5,6 e 4,6 por cento para, respectivamente, 5,8 e 4,8 por cento, e manteve o cenário para o crescimento econômico em 2011 em 4 por cento.
O BC reiterou no documento que o ajuste das condições monetárias no país deve ser feito por "período suficientemente prolongado", visando a convergência da inflação para o centro da meta em 2012.
Investidores entendiam o texto do BC como um sinal de que o ciclo de aperto monetário pode não ser finalizado em julho, o que patrocinava alta nos contratos de DI na BM&FBovespa.
Do lado acionário, as ações do Pão de Açúcar subiam com força pelo segundo pregão consecutivo, com forte giro financeiro, reagindo à cobertura de posições após o anúncio da véspera do plano de união da varejista com o Carrefour no Brasil.
Profissionais do mercado inclusive levantaram a possibilidade de que acionistas como o Casino estejam comprando ações do Pão de Açúcar no mercado para reforçar a posição na companhia brasileira.
Para o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a união abriria uma "porta importantíssima" para produtos brasileiros no exterior.
No exterior, a notícia do dia era a aprovação pelo Parlamento grego de um pacote de duras medidas de austeridade, cruciais para que Atenas receba nova parcela em financiamentos internacionais.
Uma segunda votação está prevista para quinta-feira sobre medidas específicas para o Orçamento e privatizações. O fracasso na aprovação desse projeto impediria a liberação de uma parcela crucial no valor de 12 bilhões de euros em julho.