Goldman: se o mercado cair, será uma boa oportunidade para reequilibrar a carteira ou comprar na queda (Michael M. Santiago/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 14h36.
Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 14h56.
O forte avanço das ações americanas desde o final de outubro esfriou com dados que mostraram a força do mercado de trabalho dos Estados Unidos e diminuíram o otimismo sobre cortes de juros do Federal Reserve. Para Alexandra Wilson Elizondo, do braço de gestão do Goldman Sachs, isso pode ser uma oportunidade de compra se os papéis voltarem a cair.
Os números mais robustos do que o esperado de geração de emprego nos EUA em novembro fizeram o mercado de juros futuros americano recuar de apostas em boas chances de corte do Fed já em março. O ajuste para a possibilidade de que a autoridade monetária mantenha os juros altos por mais tempo pode enfraquecer mais a renda variável, depois de um salto de US$ 4 trilhões no valor das ações americanas nas últimas semanas.
Wilson-Elizondo, vice-diretora de investimentos na área de soluções multiativos da Goldman Sachs Asset Managemen, diz que qualquer retrocesso baseado nessa premissa seria um alarme falso temporário.
“Se o mercado cair, será uma boa oportunidade para reequilibrar a carteira ou comprar na queda”, disse ela em entrevista por telefone. “É muito cedo para diminuir a exposição ao prêmio de risco das ações.” A GSAM tem US$ 2,7 trilhões em ativos sob gestão.
Os economistas do Goldman Sachs esperam que o Fed comece a cortar juros no segundo semestre de 2024 e preveem crescimento com menos inflação, o que deverá dar sustentação aos mercados, especialmente ações de grandes empresas com valor de mercado alto, as large caps.
“Acreditamos no fator qualidade e as large caps tenderão a ter um desempenho superior neste tipo de ambiente e, apesar de já parecerem caras, acreditamos que há espaço para alta”, disse a gestora.
A GSAM não está atrás de ganhos com small caps porque esse segmento de empresas menores tende a apresentar desempenho inferior em estágios tardios do ciclo de juros, disse ela.
A empresa também está “cautelosamente construtiva” em relação à renda fixa no início de 2024 e espera que os investidores realoquem capital para a ponta longa da curva de juros. Ela espera que uma parte dos US$ 8 trilhões aplicados em fundos de alta liquidez migre para a “barriga da curva”.