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Goldman Sachs: Lucro supera expectativa no 1º tri, mas banco fala em 'ambiente diferente' à frente

Receita com ações cresce 27% no 1º trimestre, mas áreas de gestão de ativos e M&As seguem pressionadas

Goldman Sachs: banco de investimento divulga balanço (./Reuters)

Goldman Sachs: banco de investimento divulga balanço (./Reuters)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 14 de abril de 2025 às 09h40.

A volatilidade causada pela escalada das tensões comerciais globais impulsionou os resultados do banco Goldman Sachs no primeiro trimestre de 2025.

A receita com negociações de ações subiu 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo o nível recorde de US$ 4,2 bilhões, informou o banco nesta segunda-feira, 14. Com isso, o lucro líquido da instituição avançou 15%, para US$ 4,74 bilhões, ou US$ 14,12 por ação — superando as projeções dos analistas.

No trimestre, a receita total do Goldman Sachs foi de US$ 15,1 bilhões, acima da expectativa de US$ 14,8 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 16,9%, também acima das projeções. A receita com renda fixa, câmbio e commodities teve alta de 2%, para US$ 4,4 bilhões.

O desempenho reforça o bom momento do setor, que já havia sido evidenciado nos balanços de concorrentes como JPMorgan e Morgan Stanley. O cenário é mais nublado à frente, contudo, com a expectativa de que a incerteza sobre as tarifas pese na economia real.

“Estamos entrando no segundo trimestre com um ambiente operacional marcadamente diferente, mas seguimos confiantes na nossa capacidade de apoiar os clientes”, afirmou o CEO David Solomon em comunicado.

Essa é a primeira divulgação de resultados do banco desde que Solomon teve sua permanência no comando garantida com um bônus de retenção de US$ 80 milhões.

As ações do banco acumulam queda de 12% desde o anúncio das novas tarifas americanas, refletindo o receio dos investidores quanto aos impactos da guerra comercial sobre a atividade econômica global.

A assembleia anual de acionistas da instituição está marcada para terça-feira, 23, quando os investidores votarão, entre outros temas, sobre a política de remuneração dos executivos.

As ações do Goldman sobem 2,5%, para US$ 507, antes da abertura do pregão.

Pressão sobre banco de investimento

Apesar do bom desempenho nas mesas de operações, outras áreas do banco seguem pressionadas. A receita do banco de investimento somou US$ 1,91 bilhão no trimestre, queda de 8% na comparação anual. A incerteza trazida pelas novas tarifas e pelo risco de recessão tem freado a disposição de empresas em fechar grandes fusões e aberturas de capital.

Já a área de gestão de ativos e patrimônio registrou uma receita de US$ 3,68 bilhões, abaixo dos US$ 3,84 bilhões esperados por analistas.

O banco administra atualmente US$ 3,17 trilhões em ativos. A estratégia é expandir a base de clientes da divisão, inclusive com produtos de private equity voltados a investidores de varejo, buscando tornar a receita mais previsível e menos dependente da volatilidade dos mercados.

 

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