Goldman Sachs: banco de investimento divulga balanço (./Reuters)
Redatora na Exame
Publicado em 14 de abril de 2025 às 09h40.
A volatilidade causada pela escalada das tensões comerciais globais impulsionou os resultados do banco Goldman Sachs no primeiro trimestre de 2025.
A receita com negociações de ações subiu 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo o nível recorde de US$ 4,2 bilhões, informou o banco nesta segunda-feira, 14. Com isso, o lucro líquido da instituição avançou 15%, para US$ 4,74 bilhões, ou US$ 14,12 por ação — superando as projeções dos analistas.
No trimestre, a receita total do Goldman Sachs foi de US$ 15,1 bilhões, acima da expectativa de US$ 14,8 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 16,9%, também acima das projeções. A receita com renda fixa, câmbio e commodities teve alta de 2%, para US$ 4,4 bilhões.
O desempenho reforça o bom momento do setor, que já havia sido evidenciado nos balanços de concorrentes como JPMorgan e Morgan Stanley. O cenário é mais nublado à frente, contudo, com a expectativa de que a incerteza sobre as tarifas pese na economia real.
“Estamos entrando no segundo trimestre com um ambiente operacional marcadamente diferente, mas seguimos confiantes na nossa capacidade de apoiar os clientes”, afirmou o CEO David Solomon em comunicado.
Essa é a primeira divulgação de resultados do banco desde que Solomon teve sua permanência no comando garantida com um bônus de retenção de US$ 80 milhões.
As ações do banco acumulam queda de 12% desde o anúncio das novas tarifas americanas, refletindo o receio dos investidores quanto aos impactos da guerra comercial sobre a atividade econômica global.
A assembleia anual de acionistas da instituição está marcada para terça-feira, 23, quando os investidores votarão, entre outros temas, sobre a política de remuneração dos executivos.
As ações do Goldman sobem 2,5%, para US$ 507, antes da abertura do pregão.
Apesar do bom desempenho nas mesas de operações, outras áreas do banco seguem pressionadas. A receita do banco de investimento somou US$ 1,91 bilhão no trimestre, queda de 8% na comparação anual. A incerteza trazida pelas novas tarifas e pelo risco de recessão tem freado a disposição de empresas em fechar grandes fusões e aberturas de capital.
Já a área de gestão de ativos e patrimônio registrou uma receita de US$ 3,68 bilhões, abaixo dos US$ 3,84 bilhões esperados por analistas.
O banco administra atualmente US$ 3,17 trilhões em ativos. A estratégia é expandir a base de clientes da divisão, inclusive com produtos de private equity voltados a investidores de varejo, buscando tornar a receita mais previsível e menos dependente da volatilidade dos mercados.