Bandeira com o logotipo da Opep (Joe Klamar/AFP)
O banco de investimento norte-americano Goldman Sachs (GSGI34), informou nesta terça-feira, 29, que prevê um novo corte da produção de petróleo por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e de seus aliados (OPEP+).
Segundo Jeff Currie, chefe global de commodities do Goldman Sachs, as perspectivas de médio prazo para o petróleo em 2023 são “muito positivas” e o banco planeja “manter-se firme” com uma previsão da cotação do petróleo Brent de US$ 110 o barril para os próximos ano. Todavia, ele reconheceu que há "muita incerteza" pela frente.
Para o banco, é altamente provável alguns dos produtores de petróleo mais poderosos do mundo tome novas medidas para conter uma queda nos preços e tentar equilibrar o mercado.
A próxima reunião da OPEP vai ocorrer em Viena, na Áustria, no dia 4 de dezembro, para decidir sobre a evolução da política de produção. A reunião vai ocorrer em meio a temores de recessão internacional e de redução da demanda de petróleo por parte da China devido aos novos lockdowns que o governo chinês impôs para tentar conter os novos surtos de Covid-19. Além disso, os líderes dos países exportadores deverão avaliar as consequências de um teto de preço imposto pelas potências ocidentais sobre o petróleo russo, como retaliação contra a invasão da Ucrânia por parte de tropas russas.
As cotações internacionais do petróleo caíram nos últimos meses, com os contratos futuros do tipo Brent que estavam em US$ 100 o barril no final de agosto e que agora estão sendo negociados a US$ 85,46 o barril em Londres. Mesma trajetória pela qualidade WTI, cotado nos Estados Unidos, que chegou a US$ 110 em julho e que agora está negociado por volta de US$ 79 o barril.
A OPEP+ concordou no início de outubro em reduzir a produção em dois milhões de barris por dia a partir de novembro. Isso ocorreu apesar dos apelos dos EUA para que a OPEP + produzisse mais petróleo mais para reduzir os preços dos combustíveis e ajudar a retomada da economia global.
Liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, a OPEP+ reduziu a produção em um recorde de 10 milhões de barris por dia no início de 2020, quando a demanda despencou devido à pandemia de Covid-19. Desde então, o cartel do petróleo desfez gradualmente esses cortes recordes, embora com vários países da OPEP+ lutando para cumprir suas cotas. A OPEP+ informou recentemente que poderia impor cortes maiores na produção para estimular uma recuperação nos preços do petróleo.