Invest

Goldman diz que ações de emergentes ainda não estão baratas

Um estudo sobre ativos cruzados do Goldman Sachs sugere que ações de mercados emergentes ainda não atingiram um fundo na atual fase baixista

Bolsa: um pico do dólar marcaria o fundo para ações de mercados emergentes sem a China, mas o risco-recompensa não parece favorável em relação ao índice S&P 500 (Leandro Fonseca/Exame)

Bolsa: um pico do dólar marcaria o fundo para ações de mercados emergentes sem a China, mas o risco-recompensa não parece favorável em relação ao índice S&P 500 (Leandro Fonseca/Exame)

B

Bloomberg

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 15h11.

Última atualização em 28 de outubro de 2022 às 15h16.

Um estudo sobre ativos cruzados do Goldman Sachs sugere que ações de mercados emergentes ainda não atingiram um fundo na atual fase baixista, e o quadro parece mais preocupante depois de excluir papéis de empresas chinesas afetadas pela onda vendedora.

Um marco que combina valores contábeis, diferenciais de rendimento em juros locais, taxas de câmbio e spreads de crédito mostra que a relação risco-recompensa é fraca em relação aos pisos anteriores, escreveram estrategistas como Caesar Maasry e Jolene Zhong em nota de 27 de outubro.

O modelo sinaliza que o índice MSCI Emerging Markets pode subir, em média, 4% em cada um dos próximos cinco anos, em comparação com os retornos anuais de 10% a 12% nos pisos dos “bear markets” de 2008, 2016 e 2020, escreveram. E, se a China for removida da equação, podem ser necessários mais rebaixamentos de lucros e valuations em mercados emergentes, acrescentaram.

O valuation com base em ganhos do índice MSCI EM é de 10 vezes o lucro projetado, semelhante às mínimas observadas em 2016 e 2020, mas está longe do nível de 5,9 vezes observado durante a crise financeira global de 2008, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O indicador mostra queda de 30% neste ano em meio às rigorosas restrições para frear a covid na China e aos aumentos dos juros pelo Federal Reserve, que impulsionam o dólar.

Estimativas para os lucros em mercados emergentes caíram 8% neste ano, mas parecem inalteradas na comparação anual quando a China é excluída, de acordo com cálculos do Goldman.

“O desempenho inferior do LPA [lucro por ação] sugere que um suporte de valuation mais profundo provavelmente é uma condição necessária para um melhor desempenho dos mercados emergentes”, escreveram Maasry e equipe.

Um pico do dólar marcaria o fundo para ações de mercados emergentes sem a China, mas o risco-recompensa não parece favorável em relação ao índice S&P 500, acrescentaram. O valuation de mercados emergentes em relação ao indicador MSCI World “também parece mediano em relação a um dólar significativamente supervalorizado”, destacaram.

A visão do Goldman para mercados emergentes difere da avaliação de estrategistas do Morgan Stanley, como Jonathan Garner, que em 4 de outubro disse que o ciclo baixista da classe de ativos terminou. A melhora de recomendação de Garner para mercados emergentes de “equal-weight” para “overweight” (acima da média do mercado) veio na esteira do período mais longo entre um fundo e um piso do indicador MSCI EM.

Ainda assim, Maasry e equipe veem sinais positivos na Coreia do Sul. Embora permaneçam cautelosos nesse mercado no curto prazo, dizem que um pico dos juros nos EUA e do dólar devem colocar o país “como um forte candidato de ‘recuperação’ dentro do universo de mercados emergentes”.

Acompanhe tudo sobre:AçõesBloombergbolsas-de-valoresGoldman SachsMercado financeiroPaíses emergentes

Mais de Invest

Como negociar no After Market da B3

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida