Gol: companhia pretende converter dívida em ações e emitir novos papéis (Germano Lüders/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 22h40.
Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 22h40.
A companhia aérea Gol vai protocolar, no âmbito do Chapter 11, um plano de reestruturação, incluindo um grande aporte de capital para sustentar as operações.
A medida representa um passo importante no processo de recuperação judicial que a empresa iniciou em janeiro deste ano nos Estados Unidos e vem depois de a empresa anunciar, em 6 de novembro, um acordo entre a controladora Abra (holding também da Avianca) e comitê de credores quirográficos.
O objetivo é reduzir significativamente o endividamento, convertendo em capital ou extinguindo até US$ 1,7 bilhão de sua dívida financiada pré-início do procedimento de Chapter 11 e até US$ 850 milhões de outras obrigações.
Até 30 de setembro, a companhia aérea reportava uma dívida líquida total de R$ 27,6 bilhões e um prejuízo líquido de R$ 830 milhões no trimestre.
A perspectiva é de que a conversão da dívida em ações cause uma diluição significativa na base acionária. Por isso, pelo acordo, a Abra concordou em trocar US$ 2,8 bilhões em créditos de dívida por ações e por uma nova dívida reestruturada.
Seriam aproximadamente US$ 950 milhões, e possivelmente mais, em novas ações, a depender da resolução de certas questões pendentes, bem como US$ 850 milhões em dívida reestruturada.
Dessa dívida reestruturada, US$ 250 milhões serão obrigatoriamente convertidos em novas ações da Gol, conforme estabelecido no plano, a partir do 30º mês após a saída do Chapter 11.
A companhia aérea pretende, ainda, levantar até US$ 1,85 bilhão em novo capital para prover liquidez incremental que
apoie a execução de sua estratégia de crescimento após a saída do processo, dos quais até US$ 330 milhões podem ser na forma de emissão de novas ações a serem subscrita por novos investidores.
Hoje, as ações da Gol são negociadas na B3 a R$ 1,25, menor patamar histórico do papel -- que acumula desvalorização de 85% no ano.
Desde a entrada no Chapter 11, a companhia já obteve um financiamento de US$ 1 bilhão, complementado por US$ 375 milhões em novos financiamentos de arrendadores, que possibilitaram a reativação de boa parte da frota de aeronaves 737. Os acordos com os arrendadores serão mantidos conforme reestruturação previamente feita.
O plano será deliberado em audiência no tribunal americano, em audiência marcada para 15 de janeiro. Se o tribunal aprovar as medidas, os credores da companhia irão votar a favor ou contra o plano.