GOL enfrenta problemas conjunturais que podem minar as medidas de eficiênca operacional (Raul Junior / VOCÊ S.A.)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 18h25.
São Paulo – As metas da GOL (GOLL4) para 2013, que chegaram a convencer parte do mercado quando foram divulgadas, não foram suficientes para manter o rating da companhia aérea na agência de classificação de risco Fitch.
A nota de crédito foi cortada nesta quarta-feira de B+ para B-. A perspectiva é negativa, o que significa que uma nova ação sobre a nota da empresa pode ser de um novo corte.
“Os rebaixamentos refletem a contínua deterioração do perfil de crédito da GOL, ocasionada pelos fracos resultados operacionais e pela expectativa de limitada recuperação da geração de fluxo de caixa da companhia em 2013”, mostra o texto assinado pelos analistas Jose Vertiz e Debora Jalles.
No início desta semana, a Standard and Poor's alertou sobre a possibilidade de reduzir o rating da GOL em até dois degraus. “Acreditamos que o desempenho da GOL permanecerá fraco, especialmente no primeiro semestre de 2013 por causa de razões sazonais, limitando a capacidade da empresa para aumentar as tarifas e melhorar os yields”, afirma o comunicado da S&P.
Revisão
A empresa anunciou no dia 25 de março, junto aos resutados, uma redução em sua capacidade doméstica entre 8% e 10% para o primeiro semestre e de 7% para 2013. Além disso, a GOL projeta um resultado operacional positivo já no primeiro trimestre do ano.
A Fitch reconhece as medidas positivas adotadas pela administração para reduzir a capacidade e operar com os aviões mais cheios. Entretanto, algumas variáveis operacionais que fogem do controle da empresa - como a concorrência, a força do real em relação ao dólar e o custo dos combustíveis - podem neutralizar as metas da GOL.
Enquanto 90% das receitas entram no caixa em reais, cerca de 60% dos custos e 80% da sua dívida estão em dólares.