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Gol estima participação alta de detentores de bônus, diz CFO

Segundo o executivo, a nova oferta é final e atende a "100% dos pontos levantados pelos detentores" dos bônus


	GOL Linha Aéreas: a empresa pretende seguir com a oferta até o vencimento em 1º de julho, independente do nível de adesão
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

GOL Linha Aéreas: a empresa pretende seguir com a oferta até o vencimento em 1º de julho, independente do nível de adesão (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 14h08.

São Paulo - A companhia aérea Gol entende que os novos termos da oferta de troca de dívida anunciados nesta segunda-feira vão gerar uma participação alta de investidores, o que deverá ajudar a empresa a reduzir despesas com juros nos próximos dois anos, afirmou o vice-presidente financeiro da empresa, Edmar Lopes Neto.

Segundo o executivo, a nova oferta é final e atende a "100% dos pontos levantados pelos detentores" dos bônus.

A empresa pretende seguir com a oferta até o vencimento em 1o de julho, independente do nível de adesão, disse ele.

Os termos da oferta anterior, anunciada no início de maio, previam uma redução de até 70% no valor de face dos títulos emitidos pela Gol, que tem como meta troca de até 780 milhões de dólares.

Depois da empresa adiar o prazo da operação por várias vezes desde então, em meio a um nível baixo de aceitação dos detentores de bônus, a companhia divulgou mais cedo novos termos que representam aumento ante a oferta inicial de até 84% para os detentores de papéis com vencimentos em 2020, 2022 e 2023 e de até 79% para os detentores de notas perpétuas.

As ações da Gol exibiam alta de cerca de 2% às 10h45, enquanto o Ibovespa, índice do qual não fazem parte, tinha valorização de 1,8%.

Questionado sobre o que permitiu à Gol a melhorar os termos da oferta, que passou a incluir prêmios vinculados à performance da empresa, eventual troca de controle da companhia e juros maiores, Lopes citou a expectativa de aceitação elevada dos investidores.

"A moeda de pagamento é nova dívida (...) Isso tudo é uma estrutura cujo impacto financeiro maior se dará a partir de dois anos, dois anos e meio, que continua sendo o tempo que precisamos para nos recuperar", disse o executivo.

"Com participação elevada, economizamos juros, o impacto no curto prazo é pequeno. Tudo o que fizemos vai levar a uma participação maior (dos detentores de bônus) e maior economia de juros no curto prazo, o que certamente ajudará a companhia nos proximos dois anos", acrescentou.

Até sexta-feira passada, apenas 135,5 milhões de dólares de títulos, do objetivo da permuta de 780 milhões, tinham mostrado interesse na operação.

Lopes afirmou que a Gol segue negociando com mais de 20 bancos e companhias de leasing um acordo para reestruturação de dívida, de olho no prazo de 30 de junho, quando deve ocorrer a verificação de métricas de endividamento (covenants) da empresa negociadas com detentores de debêntures. Ele não deu detalhes sobre estas discussões.

Perguntado se a nova cláusula que concede um prêmio de 50% aos detentores de novos bônus com vencimentos em 2021 e 2028 se houver mudança no controle da Gol antes de 2018, foi oferecida diante de eventuais negociações com interessados na empresa, Lopes respondeu: "Não tem nada, absolutamente nada, em andamento. Coisa nenhuma." Segundo o executivo, a cláusula existe para atender a uma preocupação de curto prazo dos credores.

Em meados de março deste ano, a norte-americana Delta Air Lines afirmou que não tem planos de elevar participação na Gol, mas que tem interesse em fortalecer a parceria comercial mantida com a empresa brasileira.

Lopes disse que desde o início da oferta a Gol tem mantido a posição de que não haverá oferta de ações aos detentores de bônus e que não negociou este assunto com os credores, apenas colheu avaliação deles sobre a primeira proposta de troca de títulos, o que permitiu a elaboração dos novos termos da operação.

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