As ações da Gol terminaram o dia em baixa de 4,8 por cento, a R$ 21,30, menor preço de fechamento desde 29 de junho (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 19h52.
São Paulo - As ações da Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA caíram para o menor preço em quase oito meses. Hoje a companhia divulgou queda de 67 por cento em seu lucro líquido no quarto trimestre, com a reversão de créditos fiscais do mesmo período de 2009 em débitos fiscais.
As ações da Gol terminaram o dia em baixa de 4,8 por cento, a R$ 21,30, menor preço de fechamento desde 29 de junho. Mais cedo, chegaram a cair 5,1 por cento, para R$ 21,22. No ano, os papéis acumulam retração de 15 por cento, contra baixa de 3,5 por cento do Ibovespa.
A Gol, maior companhia aérea do Brasil em valor de mercado, teve lucro líquido de R$ 132,2 milhões no quarto trimestre, contra R$ 397,8 milhões no ano anterior, segundo comunicado enviado hoje à Comissão de Valores Mobiliários. A mediana das estimativas de três analistas consultados pela Bloomberg indicava lucro de R$ 128,1 milhões no período.
No trimestre passado, a empresa teve despesa de R$ 85,6 milhões com imposto de renda, contra ganho de R$ 351,4 milhões no mesmo período de 2009. Antes de impostos, o lucro da Gol mais do que quadruplicou entre o fim de 2009 e de 2010, para R$ 217,9 milhões.
“A expectativa é que o setor aéreo no Brasil continue bastante aquecido nos próximos trimestres devido ao bom desempenho da economia”, escreveram os analistas Jacqueline Lison, Luiz Guilherme Fonseca e Mateus Renault, do Banco Fator Corretora, em nota distribuída a clientes no dia 14 de fevereiro. “Por outro lado, as ações da companhia foram bastante pressionadas pela alta do petróleo e péssimo desempenho das bolsas mundiais”, disseram os analistas, que têm recomendação de “compra” para as ações da Gol.
A receita com passageiros da companhia cresceu 21 por cento no último trimestre de 2010 para R$ 1,7 bilhão, contra R$ 1,4 bilhão no mesmo período de 2009. Os custos operacionais aumentaram 7,3 por cento, para R$ 1,6 bilhão, com influência da elevação nos gastos com combustíveis e pessoal.
A demanda por viagens aéreas domésticas, medida pela receita por quilômetro voado, cresceu 16 por cento em dezembro, na comparação anual, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil. Na Gol, a demanda doméstica aumentou 5,8 por cento.