Ibovespa: 16% acreditam que um ambiente macroeconômico externo melhor seria o mais eficaz. (Juan Mabromata/Getty Images)
Tais Laporta
Publicado em 17 de setembro de 2019 às 14h46.
Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 14h46.
Uma pesquisa do BofA Merrill Lynch Data Analytcs mostrou gestores menos otimistas em relação à bolsa brasileira, enquanto aguardam a retomada do crescimento da economia e o avanço em outras reformas além da alteração das regras da Previdência.
A expectativa de 54% dos entrevistados é de que o Ibovespa fique entre 110 mil e 120 mil pontos até o final do ano, um acréscimo em relação ao 44% da pesquisa anterior e acima do patamar atual, de 103.500 pontos.
No entanto, agora ninguém trabalha com um cenário do Ibovespa acima de 120 mil pontos, contra uma parcela de 15% anteriormente.
"Agora que a votação da reforma previdenciária no Senado deve ser concluída no início de outubro, os participantes desejam crescimento econômico e progresso em outras reformas. Felizmente, a agenda microeconômica começou a ganhar tração."
Entre os gestores consultados, 54% acreditam que o retorno do investimento do setor privado será o fator mais eficaz para trazer o crescimento de volta ao Brasil, enquanto 22% avaliam que tal movimento se dará por meio de privatizações e concessões.
Poucos (16%) acreditam que um ambiente macroeconômico externo melhor seria o mais eficaz.
A maioria (65%) ainda acredita que o Ibovespa irá ter um desempenho melhor do que outros ativos (real e bônus locais) nos próximos seis meses, mas o percentual ficou abaixo dos 71% no levantamento anterior.
Em termos de alocação, a pesquisa sugere alguma rotação para setores cíclicos, com investidores mais 'overweight' em materias-primas neste mês (19%) em relação ao anterior (10%) e menos 'OW' no setor financeiro (13%, mínima desde o começo da pesquisa em março de 2018).
O setor de consumo discicionário permanece o mais 'overweight', com 39%.
A pesquisa também mostra um aumento (para 57%) na parcela que espera que a taxa Selic fique abaixo de 5,5% no final do ano, contra 44% no mês passado. Para a taxa de câmbio, apenas 16% estimam que o dólar ficará abaixo de 3,80 reais até o fim do ano, contra 66% antes.
O levantamento foi realizada entre 6 e 12 de setembro, com a participação de um total de 37 painelistas com aproximadamente 96 bilhões de dólares em ativos sob gestão.