Visitante observa painel eletrônico com cotações no pregão da B3 (Paulo Whitaker/Reuters)
Anderson Figo
Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 24 de dezembro de 2018 às 07h00.
As ações de empresas brasileiras e os contratos de juros futuros são uma aposta melhor que o real nos próximos meses se o presidente eleito, Jair Bolsonaro, conseguir implementar as políticas econômicas que vem prometendo, disse Eduardo Moreira, sócio-fundador e gestor na Pacifico Gestão de Recursos.
A Pacifico, que tem cerca de R$ 2 bilhões sob gestão, vem aumentando sua exposição ao Brasil depois que Bolsonaro venceu a eleição e chamou profissionais respeitados do setor financeiro para sua equipe econômica, disse Moreira, em entrevista.
No principal fundo da empresa, as maiores posições são hoje em ações - em particular bancos e varejistas - e nos contratos de juros futuros com vencimentos mais longos, como os de cinco anos. A aposta é baseada na crença de que as taxas de juros futuros provavelmente cairão, especialmente se o novo governo conseguir a aprovação de uma reforma da Previdência e se a inflação continuar sob controle.
"Há muito tempo eu não via um governo assumindo com tanta força política, legitimidade e uma boa equipe econômica", disse Moreira, em uma entrevista no escritório da Pacifico no Rio. "O que segura nosso otimismo é o fato de que é tudo muito novo e que, apesar de as pessoas serem boas, há uma dúvida sobre se elas conseguirão fazer o que precisa ser feito."
O real tem espaço para se apreciar e pode chegar a R$ 3,20, dos atuais R$ 3,85, disse ele. Mas levaria mais tempo para se mover do que as ações e as taxas de juros, porque depende de reformas, maior crescimento no país e até da produção da Petrobras.
O fundo Pacifico Macro FIC FIM registrou um retorno anualizado de 15% nos últimos três anos, superando 93% de seus pares, segundo dados compilados pela Bloomberg.