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Gestor ganha U$ 3 bilhões em 2020 investindo em tecnologia

Juntos, quinze gestores embolsaram 23,2 bilhões de dólares no ano - quantia é mais do que suficiente para comprar empresas inteiras, como Gamestop e AMC Entertainment

Chase Coleman: gestor do fundo Tiger Global Investments (Bloomberg/Bloomberg)

Chase Coleman: gestor do fundo Tiger Global Investments (Bloomberg/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 13h20.

É dinheiro mais do que suficiente, a preços atuais, para comprar uma GameStop, duas AMC Entertainment e quatro Bed Bath & Beyond.

Não as ações - as queridinhas do fórum r/wallstreetbets -, mas as empresas inteiras.

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Mesmo com a Covid-19, Black Lives Matter, Brexit e muito mais, quase todos esses gestores teriam ficado bilionários em um único ano, se a maioria deles já não fosse. O maior vencedor, Chase Coleman, ganhou US$ 3 bilhões sozinho em 2020, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.

As recompensas não têm precedentes na indústria de hedge funds. O contexto também é inédito: a pandemia do século, a economia do fique em casa e, agora, o espetáculo de milhões de investidores amadores que aumentam seu poder de compra online para enfrentar veteranos em apostas nas ações da GameStop, AMC e outros papéis.

O fato de que 15 pessoas - todos homens - possam ganhar tanto dinheiro tão rapidamente ilustra a distância cada vez maior entre os ultrarricos e o resto dos mortais em um contexto de desemprego elevado e divisão quanto ao escopo da resposta do governo.

Isso demonstra “a desconexão entre o mercado acionário e a economia real”, disse a professora de finanças Reena Aggarwal, diretora do Centro para Políticas e Mercados Financeiros da Universidade Georgetown. Enquanto a alta volatilidade e baixas taxas de juros impulsionavam os fundos de hedge, grande parte da população enfrentava “preocupações com saúde, emprego, pagamento de hipotecas e empréstimos estudantis”, disse.

Coleman, de 45 anos, tem sido vencedor há anos. Começou a carreira como analista de tecnologia na Tiger Management, de Julian Robertson, e seu fundo Tiger Global Investments tem apostado pesado em tecnologia, especialmente em gigantes emergentes na Ásia.

Mesmo antes de o mundo ouvir falar de Wuhan ou de mercados úmidos, a empresa de Coleman com sede em Nova York havia acumulado participações significativas na Zoom, Peloton e JD.com - um portfólio quase perfeitamente posicionado para a experiência sem precedentes de bilhões de pessoas presas em casa.

O fundo de Coleman teve retorno de 48% no ano passado, resultando em grandes comissões. A maioria dos ganhos, porém, veio de sua participação no fundo. Uma das apostas de maior sucesso do Tiger Global foi na Sunrun, transformando um investimento de US$ 340 milhões na empresa de energia solar em US$ 1,5 bilhão.

Outros fundos que apostam em tecnologia, como Coatue Management, Viking Global e D1 Capital, também entraram na lista da Bloomberg, que não inclui lucros de seus negócios de capital de risco cada vez mais importantes.

Bill Ackman, que se posicionou para a queda do mercado de crédito no início do ano passado para proteger o portfólio e depois apostou na recuperação, aparece pela primeira vez na lista. Ele ganhou US$ 1,3 bilhão, em grande parte devido à alta de 83% das ações de seu fundo Pershing Square.

Dois fundos administrados pelo fundo quantitativo Renaissance Technologies registraram perdas superiores a 30%. Mas seu Fundo Medallion teve retorno de 76%, o suficiente para gerar um ganho estimado de US$ 2,6 bilhões para o fundador Jim Simons, que se aposentou como presidente do conselho no mês passado. O Medallion, aberto apenas para funcionários, obteve retornos anualizados de cerca de 40% desde que foi lançado em 1988.

Nenhuma empresa da lista quis comentar.

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