A Fragata Liberdade ancora no porto de Gana: a Argentina refinanciou 93% da dívida declarada em default em 2001, mas há bônus remanescentes em mãos de fundos especulativos que querem recuperar 100% (David Adadevoh/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 17h51.
Acra - Um juiz de Gana rejeitou nesta quinta-feira o pedido da Argentina para liberar a Fragata Liberdade, um navio-escola da Marinha detido com sua tripulação em um porto perto de Acra desde 2 de outubro por uma exigência de fundos especulativos que pedem o pagamento de bônus soberanos em default.
"Não há bases suficientes expostas pelo demandante (Argentina) para rejeitar a sentença do tribunal. A moção fica rejeitada", disse o juiz Richard Adjei Frimpong, do Tribunal de Comércio de Acra.
A Argentina havia pedido na terça-feira ao Tribunal de Comércio que liberasse a fragada detida com mais de 200 tripulantes neste país do oeste da África, alegando que tem imunidade diplomática.
O advogado da NML Capital, o fundo que apresentou o recurso em Gana contra o governo argentino, argumentou, no entanto, que Buenos Aires havia renunciado previamente à imunidade relacionada com este caso.
Entre 2005 e 2010, a Argentina refinanciou e normalizou com credores 93% da dívida declarada em default em 2001, por quase 100 bilhões de dólares, mas há bônus remanescentes em mãos de fundos especulativos que querem recuperar 100% da dívida mais juros litigando nos tribunais.
O advogado que representa o governo argentino, Larry Otu, lembrou que a fragata precisa reabastecer para que seus geradores continuem funcionando e o tribunal do país africano pediu que as duas partes cheguem a um acordo sobre os problemas logísticos.