Bolsas: A debandada ocorre em meio a dados econômicos fracos e uma crise de dívida das incorporadoras imobiliárias (Wang Gang/VCG/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 23 de agosto de 2023 às 10h18.
Os investidores globais fogem das ações chinesas em uma sequência recorde de retiradas que não poupam nem os principais nomes da indústria do país, à medida que a confiança na economia diminui e a crise imobiliária se aprofunda.
Os fundos estrangeiros venderam US$ 10,7 bilhões de ações chinesas durante 13 dias consecutivos de resgates líquidos até esta quarta-feira, a sequência mais longa desde que a Bloomberg começou a compilar os dados em 2016.
As vendas de ações da Kweichow Moutai, maior fabricante de bebidas do país, atingiram US$ 851 milhões nos doze dias encerrados em 18 de agosto, segundo os dados mais atuais disponíveis para ações individuais. Os volumes de vendas também foram altos para papéis com LONGi Green Energy Technology, líder em energia renovável no país, e o China Merchants Bank.
A debandada ocorre em meio a dados econômicos fracos e uma crise de dívida das incorporadoras imobiliárias, com risco crescente de contágio para o setor financeiro mais amplo.
O Hang Seng, que reúne ações de gigantes chinesas como Alibaba, Tencent, Xiaomi e CNOOC negociadas em Hong Kong, já afundou 11% este mês, o pior desempenho entre os principais índices globais. O CSI 300, da bolsa de Xangai, acumula queda de 8% e é negociado no nível mais baixo desde novembro.
Os estrangeiros entraram no mercado chinês em massa com a expectativa de mais estímulo econômico após a reunião de julho do Politburo chinês. Mas o otimismo se evaporou rapidamente e agora eles batem em retirada, à medida que os dados econômicos e as medidas do governo continuam a decepcionar.
As 10 ações mais vendidas por estrangeiros estavam entre as 50 maiores do CSI 300. Outros nomes da lista incluem a destilaria Wuliangye Yibin, a Ping An Insurance e a fabricante de veículos elétricos BYD.
Uma análise da Bloomberg Intelligence mostra que os fundos de mercados emergentes se tornaram mais pessimistas em relação às ações chinesas este ano, e estavam com exposição 0,10 ponto percentual inferior aos índices de referência (underweight) no segundo trimestre, comparado a uma alocação 0,40 ponto percentual superior (overweight) no final de 2022.