Funcionário da OGX, do Grupo EBX: o diretor admite que a crise chegou a acender a luz amarela no órgão supervisor, que analisou os investimentos nas companhias do empresário (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2013 às 13h56.
Florianópolis - A crise no "grupo X" do empresário Eike Batista não contaminou o setor de fundos de pensão. O diagnóstico foi feito nesta terça-feira, 10, pelo diretor superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), José Maria Rabelo. "Não há concentração de investimentos nessas empresas . A exposição do setor em termos proporcionais é mínima", revelou o executivo, que participa do 34º. Congresso Nacional de Fundos de Pensão.
Rabelo admite que a crise chegou a acender a luz amarelo no órgão supervisor, que analisou os investimentos nas companhias do empresário e percebeu que não havia ente as fundações brasileiras casos de concentração de investimentos ou descumprimento dos limites regulamentares.
"Sem dúvida olhamos. É papel do supervisor olhar, mas, também é papel tratar isso com um pouco de calma. Tem impacto sim, mas, o impacto é pequeno diante do total de ativos do setor", afirmou. Para Rabelo, o setor dedicou ao "grupo X" um crédito maior do que ele merecia.
Entretanto, ressaltou, essa é uma avaliação que pode ser feita hoje. Talvez, ponderou, no período em que as algumas análises de investimentos foram realizadas, isto não fosse claro. "É natural que se tenha em renda variável, oscilações de preços", completou.
Questionado sobre o investimento de fundos de pensão no setor de infraestrutura, o diretor da Previc afirmou considerar "extremamente natural" as fundações caminharem nessa direção.
"Não vejo nenhum risco inadequado aos fundos de pensão no investimento, falando teoricamente, no investimento em infraestrutura. Pelo contrário, vejo oportunidades. Estamos falando em um negócio de longo prazo, que bem estruturado tem uma capacidade de gerar rentabilidade para os fundos, que é adequada ao seu passivo de longo prazo.
No evento, Rabelo informou ainda que o governo deve decidir até o final do ano se aceita a proposta da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) de estender o prazo limite para o equacionamento de déficits.
Hoje a regulamentação diz que o déficit conjuntural (proveniente de mudanças na conjuntura econômica do país ou do mercado financeiro) de até 10% do patrimônio do plano pode ser equacionado em até dois anos.
A Abrapp propõe um prazo de cinco anos para o ajuste. "A tendência é que iremos concordar com alguma ampliação, mas, não necessariamente com o prazo proposto", concluiu.