Mercados

Fraco desempenho da B2W limita rating das Lojas Americanas

A agência Fitch elevou os ratings das duas empresas para AA-, com perspectiva estável


	Centro de distribuição da B2W: investimentos em logística devem beneficiar a geração de caixa
 (Luis Ushirobira/EXAME.com)

Centro de distribuição da B2W: investimentos em logística devem beneficiar a geração de caixa (Luis Ushirobira/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 17h41.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch elevou, nesta segunda-feira, os ratings nacionais de longo prazo das Lojas Americanas, da B2W - Companhia Digital e de suas respectivas emissões de debêntures para AA- de A+. A perspectiva dos ratings corporativos é Estável.

Segundo Renato Donatti, que assina a análise, a elevação dos ratings reflete a capacidade de a Lojas Americanas reportar sólidos volumes de Ebitda, margens operacionais consistentes e alavancagem gerenciável ao longo dos últimos anos.

“Os ratings consideram, ainda, as fortes marcas da Lojas Americanas em seus diversos segmentos de negócio, sua atuação em escala nacional, além da robusta operação de comércio eletrônico”, afirma Donatti. 

B2W

Por outro lado, o negócio de comércio eletrônico das Lojas Americanas, operado pela subsidiária B2W, continua desafiante e é uma preocupação para a Fitch. A agência afirma, inclusive, que os ratings da controladora são limitados pela fraca performance operacional da subsidiária.

“Desde o início de 2010, este segmento tem apresentado gradual deterioração nos resultados, o que tem sido caracterizado pela abrupta queda de margens, fraca geração operacional de caixa e por desafios em gerenciar de forma adequada sua estrutura logística e de tecnologia”, explica o analista. 

Ainda que a Fitch acredite que os investimentos programados em logística possam beneficiar pouco a pouco a geração de caixa e as margens operacionais da B2W, o maior volume de investimentos programados para os próximos 3 anos (cerca de 1 bilhão de reais entre 2013 e 2015) somado a um ambiente de crescente competição deve manter o fluxo de caixa pressionado.


Em relação ao rating da B2W, a agência afirma que ele se beneficia da relevante integração de seus negócios com a controladora, que detém 62,72% de seu capital total, ainda que sejam empresas independentes. 

“O rating também reflete o sólido comprometimento das Lojas Americanas com os negócios da controlada, sua ativa participação nas decisões estratégicas e as vantagens competitivas da B2W provenientes do estreito acordo de cooperação nos negócios, além do alinhamento estratégico único”, explica Donatti. Ele afirma ainda que em bases isoladas, desconsiderando-se as integrações existentes, os ratings da B2W seriam classificados diversos graus abaixo dos atuais.

Embora não seja esperada, a curto e médio prazos, uma ação de rating negativa nos ratings ou na Perspectiva da Lojas Americanas poderia ocorrer, caso sua liquidez não seja preservada em patamares adequados, levando a uma deterioração significativa em seus indicadores de crédito

Emissão

A agência atribuiu também rating nacional de longo prazo AA- à proposta de oitava emissão de debêntures quirografárias da Lojas Americanas, no montante de 400 milhões de reais, com vencimento final em 2021. As debêntures serão simples, não conversíveis em ações. Os recursos da operação serão utilizados para alongar o perfil da dívida da companhia.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingB2WComércioEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas de internetFitchMercado financeiroRatingVarejo

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney