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Fomc, pacote fiscal, repercussão do Copom e balanço da Petrobras: o que move o mercado

Na Inglaterra, o Bank of England (BoE) também decide seus novos juros

Radar: mercado acompanha decisão de política monetária dos EUA (Chip Somodevilla/Getty Images)

Radar: mercado acompanha decisão de política monetária dos EUA (Chip Somodevilla/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 08h36.

Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 08h40.

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Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 7, na esteira dos recordes das bolsas dos Estados Unidos na véspera, quando o Dow Jones subiu 3,57%, o Nasdaq subiu 2,74% e o S&P 500 avançou 2,53%. Hoje, os índices futuros de Nova York sobem, assim como as bolsas da europa e os mercados asiáticos.

Fomc

Um dia após Donald Trump vencer as eleições dos EUA, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) apresenta a nova taxa de juros. A expectativa é que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) corte em 0,25 pontos percentuais (p.p.) os juros, levando-os para a faixa entre 4,50% e 4,75%.

O tamanho do corte já está precificado há tempos e a vitória de Trump não mudará o rumo desta e da próxima reunião do Fomc até o final do ano, explicam especialistas. Isso porque, apesar de Trump querer uma política expansionista e protecionista, que deve gerar indicação, o Fed só deverá mudar sua postura a partir de 2025, quando o republicano de fato assumir.

Aí sim os dirigentes do Fed poderão reduzir o ritmo de corte de juros. “Num governo Trump, pode ter menos corte. Nós precificávamos entre três e quatro cortes de 0,25 p.p. para 2025 com Kamala e, com Trump, um ou dois cortes”, explicou Gabriel Giannecchini, portfolio manager da Gauss Capital.

Para agora, a economia dos EUA, que está vendo a inflação convergir para a meta, permite um corte. Entretanto, ao contrário da reunião passada, em que o Fed reduziu os juros em 0,50 p.p., hoje o corte deverá ser em menor proporção - até porque o movimento de setembro foi visto como equivocado, em uma tentativa de reunir o corte de juros que deveria ter sido feito em julho.

E essa redução no ritmo de corte, segundo Lucas Dezordi, economista-chefe da Rubik Capital, é baseada em dados. Apesar do último Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de setembro mostrar que a inflação se aproxima da meta, dois outros fatores preocupam o Fed e justificam o corte de 0,25 p.p.: mercado de trabalho aquecido e inflação de serviços ainda pressionada.

Repercussão do Copom

Na contramão dos EUA, o Brasil subiu juros. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom), em decisão unânime, elevou a Selic em 0,50 p.p., levando-a para 11,25% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado.

Mais uma vez, os diretores do Banco Central (BC) sinalizaram que os juros devem voltar a subir, mas não se comprometeram com um percentual específico e nem com o tamanho do ciclo de alta. Em comunicado, os membros do colegiado alertaram para os riscos fiscais no Brasil.

“O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, informou o Copom após a reunião.

Segundo o Comitê, para que haja uma ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, a redução dos prêmios de risco, “uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal” deve ocorrer, impactando a política monetária.

Pacote de gastos

E por falar em política fiscal, investidores locais aguardam com ansiedade o anúncio do pacote de corte de gastos, tema de discussões desde a semana passada, quando era esperado o detalhamento das medidas após as eleições - fato que não ocorreu e ajudou a instalar um mau humor do mercado.

O sentimento de pessimismo piorou com a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa - compromisso cancelado a pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o dólar alcançar os R$ 5,87.

Durante essa semana, Haddad, Lula e diversos ministros se reuniram para seguir com o planejamento das medidas. Ontem, o ministro da Fazenda declarou que “há dois detalhes sobre o pacote para fechá-lo com o presidente” nesta quinta-feira. A reunião para fechar as medidas fiscais está prevista para às 9h30.

Agenda

Na agenda de indicadores locais, o Tesouro divulga o resultado primário do governo central de setembro. Nos EUA, o destaque são os pedidos iniciais por seguro-desemprego.

De olho na política monetária, Jerome Powell, presidente do Fed, discursa às 16h30. Na Inglaterra, o Bank of England (BoE) também decide seus novos juros.

Já na temporada de balanços, o grande destaque são os resultados da Petrobras, que serão conhecidos pós fechamento do mercado. Investidores também repercutem os resultados de ontem de C&A, Tenda, Petz, Dexco, Banco Pan, CVC, Braskem, Copel, CSU Digital, 3R Petroleum e Eletrobras.

Quinta-feira, 7 de novembro

  • 4h: Destatis/Alemanha - Produção industrial de setembro
  • 7h: Eurostat/Zona do Euro - Vendas no varejo de setembro
  • 9h: Banco Central/Brasil - Captação da poupança em outubro
  • 9h: Bank of England/Reino Unido - Decisão sobre juros
  • 9h30: Department of Labor/EUA - Pedidos iniciais por seguro-desemprego
  • 9h30: Bureau of Labor Statistics/EUA - Produtividade do setor não-agrícola (prévia) do 3º trimestre
  • 10h30: Departamento do Trabalho/EUA - Custo da mão de obra no 3º trimestre
  • 11h15: Bank of England/Reino Unido - Pronunciamento de Andrew Bailey
  • 12h: Census Bureau/EUA - Estoques no varejo em setembro
  • 14h: Tesouro Nacional/Brasil - Resultado primário do governo central de setembro
  • 15h: Federal Reserve/EUA - Taxa-alvo de Fundos da Reserva Federal
  • 16h: Federal Reserve/EUA - Declaração do Fomc
  • 16h30: Federal Reserve/EUA - Coletiva de imprensa com Jerome Powell
  • 17h: Federal Reserve/EUA - Crédito ao consumidor em setembro
  • 20h: Banco Central/Peru - Decisão de política monetária
  • Balanços/Brasil [Alpargatas, Alupar, Assaí, Banco BMG, Caixa Seguridade, Cogna, CPFL Energia, Direcional, EcoRodovias, Energisa, Fleury, Hospital Mater Dei, Lojas Renner, LWSA, Magazine Luiza, Méliuz, Movida, Natura&Co, Petrobras, PetroReconcavo, Priner, Randon, Rumo, Sanepar, São Carlos, Smart Fit, TC, Tecnisa, Trisul, Triunfo Part, Vivara, Yduqs, Zamp]
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