Jerome Powell, presidente do Fed (Alex Wong/Getty Images)
Repórter
Publicado em 6 de novembro de 2023 às 07h25.
Última atualização em 6 de novembro de 2023 às 09h11.
O mercado internacional iniciou esta segunda-feira, 6, sem uma direção definida, de ressaca após o rali de apetite ao risco na semana passada. Perspectivas de que o Federal Reserve (Fed) seja mais brando em sua política monetária fizeram os principais índices de Wall Street terem fortes altas semanais. O Nasdaq saltou mais de 5%, enquanto o S&P 500 passou de 4% de alta e o Dow Jones, de 3%. No Brasil, o Ibovespa fechou a última semana com um ganho de 5%.
Os principais gatilhos para a crescente expectativa de um Fed menos contracionista tiveram início na semana passada com o próprio comunicado da decisão de juros. A comunicação, que informou a manutenção da taxa de juro entre 5,25% e 5,5%, foi considerada mais dovish por parte dos economistas. Isso porque o documento sinalizou que a recente disparada dos rendimentos dos títulos americanos de longo prazo estariam contribuindo com o aperto das condições financeiras desejado para resfriar a inflação.
O segundo gatilho veio na sexta-feira, 3, quando os dados do mercado de trabalho saíram pior que o esperado pelos investidores, dando sinais de que a tão esperada desaceleração da economia americana se aproxima.
Os dados mais fracos fizeram investidores reduzirem as apostas de uma nova alta de juros nos Estados Unidos. Essa probabilidade precificada na curva de juros caiu para menos de 10%, segundo o monitor do CME Group. Com o fim do ciclo de alta de juros mais próximo, a tendência é o debate sobre quando os juros começarão a cair ganhar força gradualmente.
A previsão de que o Fed mantivesse os juros altos por um longo período nos Estados Unidos é tido como um dos principais limitadores do ciclo de queda de juros no Brasil. Não à toa, o Ibovespa fechou em forte alta de 2,7% na sexta-feira, 3, quando os dados do mercado de trabalho sugeriram um Fed mais brando.
Outro fator que contribuiu com a alta, especialmente de varejistas, foram as sinalizações do Comitê de Política Monetária (Copom) de que iria manter o ritmo de cortes de juros em 0,5 ponto percentual (p.p.) nas próximas reuniões. A declaração reduziu o risco de o Copom reduzir o ritmo para cortes de 0,25 p.p. a partir do ano que vem.
Os consensos para as taxas de juros e outros indicadores macroeconômicos do Brasil deverão ser atualizados nesta segunda-feira, na divulgação do Boletim Focus, previsto para para esta manhã. No Focus da semana passada, economistas revisaram para cima a Selic do fim do ciclo de cortes para 8,75%.
Esta segunda ainda será marcada pelos balanços do terceiro trimestre de algumas das principais empresas do país. O resultado do dia é o do Itaú, que será divulgado após o encerramento do pregão. GOL e Inter apresentarão seus números antes do início do pregão e a Gerdau, depois.