Entrada do prédio da Fitch Ratings (Miguel Medina/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 18h32.
Nova York - A agência de classificação de riscos Fitch ainda vê elementos apoiando o grau de investimento do Brasil, disse a analista sênior Shelly Shetty, aliviando os receios do mercado de que a agência poderia seguir os passos da Standard & Poor's e colocar o Brasil em território especulativo.
Falando em uma conferência da Fitch em Nova York, Shelly disse, no entanto, que o rating do Brasil está se deteriorando e que há uma chance maior do que 50 por cento de que o país seja rebaixado.
No entanto, um corte em um degrau ainda manteria o Brasil com o selo de bom pagador, uma vez que a Fitch atualmente classifica o país como "BBB", ou dois degraus acima do território especulativo, com uma perspectiva negativa.
"Claramente há elementos que ainda apoiam as credenciais de grau de investimento", disse Shelly a investidores, citando a diversidade econômica do Brasil, níveis de renda per capta e a condição do governo de credor em dólares.
"Dito isso, claramente a direção (do rating) é negativa e isso está refletido em nossa perspectiva", afirmou.
A trajetória do rating do Brasil vai depender fortemente do consenso político sobre sólidas políticas fiscais e macroeconômicas, acrescentou Shelly.
S&P A agência de classificação de riscos Standard & Poor's, que cortou o rating do Brasil e tirou o selo de bom pagador na véspera, pode revisar a perspectiva do rating do Brasil para estável ante negativa se o país resolver as questões políticas que estão impedindo medidas de austeridade, disse a analista Lisa Schineller em uma teleconferência nesta quinta-feira.
Segundo a analista, o orçamento anunciado recentemente, que trouxe uma inédita projeção de déficit primário, foi peça chave na decisão de rebaixar o rating do país.
A S&P espera ações do governo brasileiro para melhorar a situação fiscal do país e vai monitorar as medidas de austeridade que serão propostas para avaliar o que é de longa duração e o que é temporário.
Texto atualizado às 18h32