"A Fitch considera que existe um risco elevado de fuga (dos detentores estrangeiros) na Espanha e na Itália nos próximos trimestres", diz comunicado (Miguel Medina/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 09h46.
Madri - A proporção de detentores estrangeiros de dívida pública espanhola e italiana diminui constantemente e esta tendência seguirá nos próximos trimestres, a menos que a situação econômica de ambos os países seja modificada, indicou nesta quarta-feira a agência de classificação Fitch.
"Os bancos, financiados com dinheiro barato pelo Banco Central Europeu, substituíram os investidores institucionais internacionais", explica a agência em um comunicado.
No caso da Espanha, a proporção de detentores estrangeiros de dívida pública alcançou 34% no primeiro semestre de 2012, contra os 40% no fim de 2011 e mais de 60% em 2008, segundo os cálculos da Fitch.
Na Itália, a situação é um pouco diferente e a fuga dos investidores estrangeiros (que em 2008 representavam 50% dos detentores da dívida) é menos importante e também começou mais tarde que na Espanha, no terceiro trimestre de 2011.
"No entanto, a parte de não residentes detentores de dívida italiana caiu 32% (no primeiro trimestre de 2012) e continua caindo, embora o ritmo seja mais lento", explica Fitch.
"A Fitch considera que existe um risco elevado de fuga (dos detentores estrangeiros) na Espanha e na Itália nos próximos trimestres, a menos que se forme uma base estável de investidores estrangeiros com vontade de se arriscar, ou que melhorem as perspectivas econômicas na Espanha e na Itália", acrescenta a agência.