No ano, ações ordinárias da Gafisa (GFSA3) registram uma valorização de 20,3% (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 15h01.
São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota nacional de longo prazo da primeira emissão de debêntures simples da construtora Tenda, empresa controlada pela Gafisa. O rating caiu de A para A-.
A emissão de debêntures, não conversíveis em ações, conta com garantias flutuante e adicional da Tenda, conforme lembra o comunicado da Fitch. Ao mesmo tempo, a agência colocou o rating em observação negativa.
“Esta ação segue o rebaixamento do rating da Tenda, em 19 de janeiro, para BBB+, em observação negativa, devido à expectativa de enfraquecimento do perfil financeiro da Gafisa, que detém 100% do capital da Tenda”, explica a equipe de análise da Fitch.
A agência espera uma acentuada redução das margens operacionais da Gafisa, devido à elevação do estoque da empresa, especialmente em unidades destinadas ao segmento de baixa renda, público-alvo da Tenda.
“Como resultado da elevação do estoque e da redução das margens operacionais, a alavancagem consolidada da Gafisa deve aumentar e haverá pressão sobre sua liquidez, uma vez que o ciclo de vendas crescerá e haverá necessidade de devolução de parte dos pagamentos realizados pelo tomador”, explica o comunicado.
Em alta na bolsa
Em 2012, as ações ordinárias da Gafisa (GFSA3) registram uma valorização de 20,3%, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apura ganhos de 14,4%.
A alta recente dos papéis está relacionada com a notícia de que a própria Gafisa informou ter recebido proposta preliminar de investidores para aquisição de ativos da empresa, mas disse não ter informações quanto a uma possível oferta pública para compra de ações da companhia. A proposta, segundo a construtora e incorporadora, "está sendo examinada pela administração".
O comunicado veio após informação do site EXAME.com de que o bilionário norte-americano Sam Zell estaria negociando uma parceria com a GP Investimentos para comprar o controle da Gafisa. Procuradas pela Reuters, a GP e a Equity International -empresa de Zell- afirmaram que não comentariam o assunto.