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Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2012 às 15h05.
A agência de classificação de risco Fitch colocou hoje os ratings da Argentina em revisão para possível rebaixamento. A medida afeta os ratings de longo e curto prazo em moeda estrangeira, atualmente em B, e os ratings para os bônus emitidos sob legislação estrangeira. O rating em moeda local foi mantido em B, com perspectiva estável. O teto país também foi reafirmado em B.
Segundo a Fitch, a revisão negativa reflete as crescentes incertezas sobre a habilidade da Argentina de pagar os bônus emitidos sob legislação estrangeira no prazo adequado usando o sistema financeiro dos EUA, após a decisão de um tribunal de apelação norte-americano.
O tribunal deu uma vitória importante na última sexta-feira aos credores que se recusaram a aceitar os termos das últimas reestruturações da dívida argentina, em 2005 e 2010. Segundo a decisão do Tribunal de Recursos do Segundo Circuito Federal, em Manhattan, os credores que aceitaram as reestruturações e os que as recusaram (conhecidos como "holdouts") devem ser pagos ao mesmo tempo.
"No momento, a Fitch entende que o governo da Argentina não está legalmente impedido de pagar suas dívidas emitidas sob a legislação estrangeira, mesmo sem pagar os credores que entraram com o processo na justiça norte-americana. Entretanto, isso pode mudar dependendo das futuras considerações do tribunal de apelação", diz a agência em comunicado. A Fitch afirma ainda que há dúvidas sobre se o governo da Argentina obedeceria a decisão final da justiça norte-americana, devido a resistência anterior do país em pagar os holdouts.
A Fitch aponta que o próximo pagamento de cupom desses bônus ocorre em 1º de dezembro. "O não pagamento constituiria um default e a Fitch rebaixaria o rating soberano da Argentina para 'default seletivo' e o rating dos bônus afetados para 'default'. Do outro lado, uma resolução positiva que permita que a Argentina continue pagando os bônus emitidos sob legislação estrangeira sem interrupções tiraria o rating do país da revisão negativa", diz a agência. As informações são da Dow Jones.