Fitch Ratings: agência destacou o Brasil, junto à Argentina e à Venezuela, como país onde interferência do governo continua a prejudicar a perspectiva e ambiente operacional (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 17h28.
São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch Ratings citou o Brasil como um dos poucos países da América Latina onde o risco de inflação não diminuiu e a interferência do governo "continua a prejudicar a perspectiva" econômica, em relatório divulgado nesta quarta-feira, 16, sobre riscos na região.
De acordo com a Fitch, o crescimento fraco provocado pela polarização política nos Estados Unidos e a desaceleração na China são os principais fatores de risco que as maiores economias da América Latina enfrentam.
"Os riscos associados ao impasse político nos EUA e à desaceleração na China estão afetando economias ao redor do mundo - não somente na América Latina", avalia o diretor da Fitch para América Latina, Peter Shaw.
"A contínua disputa sobre teto da dívida e outras questões fiscais podem prejudicar a modesta recuperação nos EUA, e o cenário de desaceleração na China se tornou mais urgente devido à dependência da América Latina do comércio de commodities."
O Brasil foi destaque no relatório como um dos poucos países da região onde o risco de inflação não diminuiu.
A Fitch afirmou que o relaxamento monetário ocorre em alguns países - o Brasil não é um deles - e que políticas anticíclicas podem ser usadas na região se as condições externas se deteriorarem e se a desaceleração econômica ganhar ritmo.
A agência também destacou o Brasil, junto à Argentina e à Venezuela, como país onde a interferência do governo continua a prejudicar a perspectiva e o ambiente operacional.
Segundo a Fitch, os riscos de financiamento estrangeiro na região aumentaram com a crescente aversão ao risco e a volatilidade nos mercados internacionais por causa da perspectiva de redução de estímulos de bancos centrais de países desenvolvidos.
A agência ressaltou que o crescimento do crédito continua em dois dígitos em muitos países da América Latina, apesar de ter desacelerado em 2013 com o crescimento econômico mais fraco.