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Fim da turbulência para Embraer na bolsa, dizem analistas

Setor de indústria da aviação cresce, crise se despede e ações da companhia ganham força, diz Santander

Embraer: especialista apostam em decolagem dos papéis da empresa até o final do ano (.)

Embraer: especialista apostam em decolagem dos papéis da empresa até o final do ano (.)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2010 às 17h34.

São Paulo - Para a Embraer (EMBR3), terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, os dias de tempo fechado na produção de aviões podem estar perto do fim. A empresa, cujas ações se valorizaram apenas 1,4% em 2010, deve decolar em breve com a expectativa de melhoria na produção para aviação comercial e de defesa, segundo avaliação do Santander. O banco elevou nesta quarta-feira (30) a recomendação das ações de manutenção para compra, além de aumentar o preço-alvo do papel da companhia para 2011 de 10,50 reais para 13,50 reais.

Para o banco, as  turbulências da recessão de dois anos no setor já saíram do horizonte da empresa. No começo de 2010, a avaliação ainda era incerta para a companhia, que conseguiu vender uma aeronave a mais do que no último trimestre de 2009, mas teve queda de 3,6% em sua carteira de pedidos em relação ao mesmo período. "Esperamos que o fluxo de pedidos de E-Jets (aviões a jato) da Embraer acelere em 2011, seguindo a melhora na liquidez no mercado de financiamento de aeronaves combinada à tendência continuada de recuperação na demanda de viagens aéreas", afirma o analista Caio Dias. Segundo o relatório, os preços atuais não refletem o cenário favorável que se forma para a empresa, que deve crescer tanto no setor civil quanto da aviação militar.

Crescimento

Na vertente comercial, que representou 52,9% da receita da companhia no primeiro trimestre deste ano, o aumento da demanda por jatos executivos na Europa e nos Estados Unidos são as apostas para impulsionar o crescimento. As encomendas já são maiores para a aviação executiva no segundo semestre, quando serão entregues novos jatos Phenom 300 e Legacy 650.  A clientela executiva é a grande aposta da empresa, disse o Luís Carlos Affonso, vice-presidente executivo para o mercado de aviação executiva. “Queremos melhorar o desenvolvimento de produtos para atender às necessidades do mercado e sempre oferecer aos clientes uma incrível experiência como proprietários”, afirmou no relatório do primeiro trimestre.

O cenário é positivo também na aviação nacional: num ano que em o brasileiro voou 20% mais, segundo a Anac, a Embraer deve ter reforços nos vôos regionais e no fornecimento de jatos para a empresa aérea Azul, seus dois braços no tráfego comercial doméstico.

O setor militar não fica muito atrás, diz a análise, ancorado no programa KC-390, projeto de aeronave militar de transporte. Os jatos  devem ser responsáveis por 11% da receita consolidada da Embraer nos próximos cinco anos, aposta Dias. "Embora os empréstimos bancários para aquisição de aeronaves sejam escassos, o aumento da produção da Embraer deve se apoiar em curto e médio prazo no financiamento de acionistas, agências de crédito a exportação e empréstimos do BNDES", diz o analista.

No primeiro trimestre, o lucro liquido da empresa foi de 44,1 milhões de reais, em comparação a 38,3 milhões no último trimestre de 2010.

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