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Feriado prolongado, reunião do Banco Central Europeu e IPC-Fipe: o que move o mercado

Nos EUA, os destaques são os dados do mercado de trabalho e o indicador de atividade do Fed da Filadélfia

Christine Lagarde: presidente do BCE participa de coletiva de imprensa às 9h45 (Andreas Rentz/Getty Images)

Christine Lagarde: presidente do BCE participa de coletiva de imprensa às 9h45 (Andreas Rentz/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 17 de abril de 2025 às 07h45.

Na véspera do feriado prolongado no Brasil, os investidores devem adotar um tom ainda mais cauteloso nesta quinta-feira, 17. Com a Sexta-Feira Santa amanhã e o feriado de segunda-feira, 21, por conta do Dia de Tiradentes, o mercado local estará fechado enquanto Wall Street e as bolsas europeias retomam as negociações já na segunda. A preocupação é ainda maior diante do agravamento da guerra tarifária entre Estados Unidos e China, que segue sem sinais de acomodação.

A boa notícia é que, em meio à escalada das tensões, o Brasil pode se beneficiar no comércio de soja. Estimativas de analistas ouvidos pela EXAME apontam que as exportações brasileiras do grão para a China podem chegar a 90 milhões de toneladas, caso a guerra comercial se intensifique. Atualmente, o volume embarcado gira em torno de 75 milhões de toneladas.

No radar

O principal evento do dia é a reunião do Banco Central Europeu (BCE), marcada para as 9h15. O mercado espera um corte de 25 pontos percentuais, o que levaria a taxa básica da zona do euro a 2,25%. Às 9h45, a presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa que pode trazer sinalizações importantes sobre os próximos passos da autoridade monetária.

Nos Estados Unidos, os destaques são os dados do mercado de trabalho, incluindo pedidos de auxílio-desemprego e o indicador de atividade do Fed da Filadélfia, ambos às 9h30. Às 14h saem os dados da Baker Hughes sobre o número de poços e plataformas de petróleo em operação no país.

Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que a autoridade monetária americana "vai esperar" antes de tomar novas decisões sobre juros, o que foi suficiente para provocar uma reação negativa imediata nas bolsas de Nova York.

No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,25% na segunda quadrissemana de abril, segundo dados divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta manhã.

Os grupos alimentação (+0,91%) e habitação (+0,37%) foram os que mais pressionaram os preços no período. Em contrapartida, as categorias de despesas pessoais (-0,66%) e transportes (-0,21%) registraram deflação, ajudando a conter uma alta mais expressiva do índice.

Mercados internacionais

Os mercados da Ásia e do Pacífico subiram nesta quinta-feira, mesmo após a fala do presidente do Fed na véspera derrubar as bolsas americanas.

Hang Seng, de Hong Kong, liderou com alta de 1,61%. O índice CSI 300, que reúne as principais ações das bolsas de Xangai e Shenzhen, fechou estável. No Japão, o Nikkei avançou 1,35%. Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 0,94% após a manutenção dos juros em 2,75%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 subiu 0,78%.

Na Europa, as bolsas operavam em queda pela manhã, com o índice Stoxx 600 recuando 0,7%, às 7h20 do horário de Brasília, pressionado por perdas generalizadas — com exceção do setor de petróleo e gás. Investidores aguardam a decisão de política monetária do BCE.

Nos Estados Unidos, os futuros de ações operam em alta após forte queda na véspera. Os contratos do S&P 500 subiam 0,6%, e os do Nasdaq-100 avançavam quase 1%. Já os futuros do Dow Jones caíam 0,7%, pressionados por uma queda de 19% nas ações da UnitedHealth no pré-mercado, após resultado abaixo do esperado.

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