Presidente do Fed, Jerome Powell (Mandel NGAN/AFP)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 9 de abril de 2025 às 15h57.
As autoridades do Federal Reserve (Fed) foram praticamente unânimes na reunião realizada pelo Fomc no mês passado. Na ocasião, eles afirmaram que a economia dos Estados Unidos enfrenta riscos de inflação mais alta acompanhada de um crescimento mais lento.
“Os participantes avaliaram que a incerteza em torno das perspectivas econômicas aumentou, com quase todos os participantes considerando os riscos para a inflação como positivos e os riscos para o emprego como negativos”, afirmam na ata divulgada nesta quarta-feira, 9.
A reunião foi realizada em meio aos primeiros planos tarifários do governo do presidente Donald Trump. Desde então, Trump impôs aumentos tarifários que, desde o início, foram superiores às estimativas da maioria dos economistas do setor privado e autoridades do Fed. Nesta quarta, o republicano disse também que suspenderia por 90 dias as tarifas recíprocas extras para os outros países, impondo uma tarifa mais alta de 125% à China.
Em um contexto de aumento de incertezas sobre as perspectivas econômicas, os participantes defenderam uma “abordagem cautelosa” — ou seja, manter as taxas de juros mais altas por mais tempo, caso a inflação persistisse, ou até mesmo cortar as taxas. As autoridades consideraram, no entanto, que a fixação das taxas de juros estava "bem posicionada" para lidar com potenciais riscos, segundo a ata.
As autoridades do banco central americano enfrentam a difícil tarefa de decidir os juros do país frente a uma possível elevação do preço dos produtos importados no curto prazo, junto à incerteza criada pelas tarifas, que podem prejudicar o investimento empresarial e a contratação em geral.
As autoridades do Fed reduziram de três para dois o número de cortes de taxas de 0,25 ponto percentual projetados para este ano, e também apontaram para o aumento da incerteza em relação aos planos políticos de Trump e seu possível impacto sobre a economia.