Dólar: a moeda cedeu a maior parte do dia, não só aqui como no exterior (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2015 às 17h04.
São Paulo - O encontro de política monetária do Federal Reserve e seu comunicado eram os eventos mais aguardados desta quarta-feira, 28, e fizeram preço nos ativos. O dólar, que vinha caindo durante todo o dia, passou a subir, no Brasil e no exterior.
O BC dos Estados Unidos decidiu, como esperado, manter sua taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano. Mas o comunicado foi mais 'hawkish' ao trazer que os dirigentes consideram agora a possibilidade de subirem os Fed Funds no encontro de dezembro.
Outra novidade do documento foi o abandono da referência à influência de acontecimentos internacionais. Agora, o Fed apenas está 'monitorando os acontecimentos econômicos e financeiros globais'.
O dólar terminou a sessão cotado a R$ 3,9156, em alta de 0,30%. Na mínima, marcou R$ 3,8565 e, na máxima, R$ 3,9360. No mês, acumula perda de 0,83% e, no ano, tem alta de 47,26%. O dólar para novembro marcava elevação de 0,67% às 17h23, a R$ 3,9225.
A moeda cedeu a maior parte do dia, não só aqui como no exterior, diante da perspectiva de que o Fed só indicaria aumento das taxas em 2016.
Os dados do fluxo doméstico, como tem acontecido, foram apenas monitorados. Segundo o Banco Central, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,311 bilhão em outubro até o dia 23. Na semana de 19 a 23 de outubro, o resultado ficou positivo em US$ 45 milhões.
O mercado também apenas acompanhou as declarações da diretora de rating soberano para a América Latina da Fitch, Shelly Shetty, sobre a nova meta fiscal, divulgada ontem.
Segundo ela, a "revisão da meta de superávit primário para 2015 ilustra os desafios crescentes que o Brasil enfrenta para consolidar" as contas públicas e que "a derrapagem fiscal e crescente peso da dívida do governo têm sido uma fonte de preocupação".
A leitura foi a de que o relatório foi contrário do que disse ontem a Moody's, ao declarar que já incorporava um déficit primário de 1% em suas projeções e dizia que a revisão tem impacto "mínimo" na avaliação da força fiscal do Brasil.