Tanques de combustível nos Estados Unidos: barril do petróleo volta a ser negociado abaixo de US$ 100 (Adrees Latif/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2022 às 07h18.
Última atualização em 15 de março de 2022 às 08h45.
Depois de duas semanas, os preços do barril do petróleo do tipo WTI, o mais negociado no mercado americano, voltaram a ficar abaixo do patamar de US$ 100. A forte queda acima de 5% nesta terça-feira, dia 15, para a casa de US$ 97, acontece em razão das expectativas para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia e de uma menor demanda da China, que enfrenta a sua onda mais grave de casos de Covid em dois anos.
O barril do tipo Brent, referência para os negócios da Petrobras (PETR3, PETR4), também tem forte queda e recua para a casa de US$ 100.
Bolsas europeias e futuros dos principais índices de Nova York operam em queda nesta manhã de terça, com investidores atentos não só à evolução da pandemia na segunda maior economia do mundo e às negociação para paralisar a guerra como no aguardo do início do ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve, o Fed, nos Estados Unidos.
A reunião começa hoje e termina amanhã, com a expectativa do mercado por um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, que está há dois anos no intervalo entre zero e 0,25%.
Na Ásia, os índices das bolsas de Hong Kong e de Xangai voltaram a cair na casa de 5%, como reflexo do temor do impacto do lockdown e de outras medidas de restrição à atividade econômica.
No Brasil, as atenções estarão voltadas para o cenário externo e para os resultados trimestrais. O Ibovespa fechou ontem com queda de 1,60% e voltou para o patamar abaixo de 110.000 pontos pela primeira vez em quase dois meses.
Um dos destaques do dia será o Magazine Luiza (MGLU3), que apresentou na noite de ontem resultados fortemente impactados pela concorrência e pelo ambiente macro mais desfavorável, com inflação e juros em alta.
A empresa de e-commerce e varejo físico apresentou desempenho abaixo das expectativas do mercado no quarto trimestre, uma vez que suas vendas desaceleraram fortemente, enquanto os juros em elevação pressionaram seu resultado financeiro.
O prejuízo ajustado no quarto trimestre foi de R$ 79 milhões, ante lucro de R$ 232,1 milhões um ano antes.
O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado recuou cerca de 53% no quarto trimestre, para R$ 243 milhões. A previsão média de analistas consultados pela Refinitiv era a de um Ebitda de R$ 304,5 milhões. A margem Ebitda caiu para a metade, para 2,6%.
Apesar da queda de quase 80% das ações em 12 meses, elas devem continuar pressionadas no curto prazo, segundo avaliação de analistas do BTG Pactual em relatório distribuído na noite de ontem.