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Fed não deve reduzir compra de títulos antes de 2022, dizem economistas

O comandante do Fed sugeriu que não enxerga qualquer razão para mexer nas compras de títulos ou nos juros tão cedo

O objetivo do Fed tem sido evitar volatilidade desnecessária (Leah Millis/Reuters)

O objetivo do Fed tem sido evitar volatilidade desnecessária (Leah Millis/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 15h31.

Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 15h33.

(Bloomberg) O alto escalão do banco central americano, Federal Reserve (Fed), se reúne na próxima semana e provavelmente adiará quaisquer mudanças em seu programa de compra de títulos até 2022, quando poderá começar uma redução gradual. A expectativa foi apontada por economistas sondados pela Bloomberg News.

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Cerca de 88% dos 40 profissionais que responderam a um questionário entre 15 e 20 de janeiro afirmaram que o próximo movimento do comitê de política monetária (Federal Open Market Committee, ou Fomc) será reduzir as compras gradualmente, em vez de aumentar o ritmo.

O Fomc fará a primeira reunião de 2021 nos dias 26 e 27 de janeiro, uma semana após a posse do presidente Joe Biden, que está pedindo 1,9 trilhão de dólares em estímulo fiscal extra para ajudar a economia devastada pelo coronavírus. O suporte adicional, além do pacote de 900 bilhões de dólares aprovado pelo antecessor Donald Trump, aumentou as perspectivas de crescimento e inflação e melhorou as perspectivas para o desemprego, de acordo com a pesquisa.

A distribuição de duas vacinas nos Estados Unidos, o apoio fiscal mais robusto após os democratas assumirem o controle do Congresso e a continuidade do suporte monetário levaram à melhora das previsões de investidores para a economia dos EUA este ano. O rendimento do título do Tesouro com prazo de 10 anos subiu este mês para o maior nível desde março.

“O destravamento da demanda reprimida, impulsionada pelas políticas monetária e fiscal, eleva os riscos para o crescimento e a inflação no segundo semestre de 2021 e em 2022”, afirmou a economista Lynn Reaser, da Universidade Nazarena de Point Loma, na Califórnia, em resposta ao questionário.

Já a Bloomberg Economics alerta para que os próximos movimentos não sejam interpretados como uma migração das autoridades para uma estratégia de saída tão cedo. "O Fed procederá com extrema cautela para garantir que o chamado taper tantrum de 2013 não se repita", disseram Carl Riccadonna e Yelena Shulyatyeva.

Muitos dos participantes revelaram que alteraram suas projeções devido ao estímulo fiscal. Quase todos elevaram as perspectivas de crescimento econômico, o que inclui o gasto público. Mais da metade afirmou que os recursos adicionais influenciam suas previsões de desemprego e quase 50% disseram que isso acarretaria variação em suas estimativas para a inflação no final deste ano.

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O comandante do Fed, Jerome Powell, e colegas sugeriram que não enxergam qualquer razão para mexer nas compras de títulos ou nos juros tão cedo. “Agora não é hora de falar sobre saída”, disse Powell em um discurso online em 14 de janeiro.

No mês passado, o Fomc prometeu a continuidade das compras mensais de 120 bilhões de dólares em ativos até que haja “substancial progresso adicional” em direção às metas de emprego e inflação. Os economistas participantes da pesquisa da Bloomberg não esperam que as metas sejam atingidas por um bom tempo.

O objetivo do Fed tem sido evitar volatilidade desnecessária, como o episódio que ficou conhecido como taper tantrum, em 2013. Na ocasião, o então presidente da instituição, Ben Bernanke, sinalizou uma retirada antecipada do programa de compra e os rendimentos dos títulos do Tesouro dispararam. A redução do programa de fato, em 2014, transcorreu sem solavancos.

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