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Fed mantém juros dos EUA inalterados, mas sinaliza taxas altas por mais tempo

Decisão sem surpresas era amplamente esperada pelo mercado; reunião anterior havia elevado o patamar

Federal Reserve (Fed): banco central americano optou pela manutenção da taxa de juros dos EUA (Samuel Corum/Bloomberg)

Federal Reserve (Fed): banco central americano optou pela manutenção da taxa de juros dos EUA (Samuel Corum/Bloomberg)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 15h00.

Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 16h00.

O Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, manteve a taxa inalterada na decisão desta quarta-feira, 20. Os juros americanos continuaram no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano – o maior patamar desde 2001. 

O Comitê, no entanto, sinalizou que uma nova alta de juros pode ocorrer ainda este ano, e que os juros devem ficar altos por mais tempo que o esperado pelo mercado. Para combater a inflação, o Fed já elevou os juros 11 vezes neste ciclo de alta. 

As autoridades do Fed mantiveram a projeção de que a taxa de juros deve atingir o pico em 5,6%, na faixa entre 5,50% e 5,75% de acordo com a mediana das projeções do gráfico de pontos. A indicação deixa a porta aberta para mais uma alta de juros de 0,25 p.p. na próxima reunião, em novembro, ou na última decisão monetária do ano, em dezembro. 

“As condições de crédito mais restritivas para as famílias e as empresas provavelmente pesarão sobre a atividade econômica e a inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta e o Comitê permanece muito atento aos riscos de inflação”, informou o comunicado da decisão. 

Juros altos por mais tempo

Embora a perspectiva para este ano tenha se mantido inalterada, o Fed revisou as expectativas para a taxa de juros em 2024 em seu gráfico de pontos – o que sinaliza juros altos por mais tempo que o esperado. Para 2024, a projeção subiu de 4,6% para 5,1%. Isso indica um corte de apenas 0,5 p.p. no próximo ano, enquanto o comunicado de julho indicava uma redução de 1 p.p.. 

“As novas projeções para os indicadores de atividade econômica e inflação sugerem que a parada de setembro pode não ter encerrado o ciclo de alta de taxas de juros. A meu ver o principal sinal está na revisão para cima das projeções para as taxas básicas de juros que foram apresentadas hoje. Os dados revelados indicam que os EUA terão que conviver com juros historicamente elevados por bastante tempo”, antecipa Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

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