Jerome Powell, presidente do Fed (SAUL LOEB/AFP/Getty Images)
Repórter
Publicado em 16 de novembro de 2023 às 10h10.
Última atualização em 16 de novembro de 2023 às 11h31.
Dados abaixo das expectativas para a inflação americana levaram investidores a apostarem no início mais cedo dos cortes de juros nos Estados Unidos.
Tanto os dados da inflação ao produtor quanto a da ao consumidor saíram abaixo das expectativas nesta semana. O Índice de Inflação ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu de 3,7% para 3,2%, enquanto o Índice de Inflação ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que saiu na véspera, caiu de 2,2% para 1,3%. A projeção para o PPI era de queda para 1,9%.
O cenário mais provável precificado nas curvas de juros é de que o Federal Reserve (Fed) comece a reduzir sua taxa de juros a partir da reunião de 1º de maio. Antes dos dados divulgados nesta semana, as curvas de juros indicavam uma maior probabilidade de os cortes começarem apenas em junho. Agora, a aposta majoritária é de que até junho já tenham sido feito dois cortes.
Ao passo que investidores aumentam as apostas de cortes de juros mais cedo, a probabilidade de uma nova alta de juros foi reduzida a 0%.
Sem novas altas de juros previstas para o futuro e com a previsão de que os cortes iniciem em menos de 6 meses, os canhões do mercado devem começar a mirar ativos de maior risco. Em uma semana, os principais índices de ações de nova York acumularam altas significativas de mais de 3%. O índice Nasdaq, com o melhor desempenho do período, subiu mais de 6%. Os efeitos do maior apetite ao risco respingaram sobre mercado brasileiro, com o Ibovespa também superando ganhos de 3%.
"Esperamos que os mercados de ações subam no final do ano, apoiados pela redução dos rendimentos [dos títulos americanos], pelos fortes efeitos de sazonalidade e por um ponto de inflexão nos lucros", avaliou em nota Mathieu Racheter, Head de estratégia em ações da Julius Baer.
Outro efeito da perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos é o arrefecimento do preço do dólar no mundo. No Brasil, a moeda americana vem sendo negociada próxima da mínima em dois meses, abaixo de R$ 4,85, com 7% de queda em relação à máxima de outubro. No exterior, o índice Dxy, que mede a variação do dólar frente às principais moedas do mundo, caiu para próximo do menor patamar desde setembro.
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