Bolsa de Nova York: às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,21%, o Nasdaq recuava 0,05% e o S&P 500 tinha queda de 0,14% (Scott Eells/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2013 às 11h09.
Nova York - As bolsas norte-americanas devem iniciar a sexta-feira, 9, em baixa, sinalizam os índices futuros. Em dia de poucos eventos econômicos nos Estados Unidos, os investidores aguardam números dos estoques de atacado e o tom negativo predomina em meio ao aumento da percepção de que o Federal Reserve deve reduzir o ritmo de compras de ativos em setembro.
Às 10h15 (de Brasília), o Dow Jones futuro perdia 0,21%, o Nasdaq recuava 0,05% e o S&P 500 tinha queda de 0,14%.
Nem mesmo o crescimento da produção industrial acima do esperado na China estimulou ordens de compra em Wall Street nesta sexta-feira, 9.
O indicador avançou 9,7% em julho ante igual mês do ano passado, o ritmo mais alto desde fevereiro, embora as vendas no varejo tenham reduzido um pouco o ritmo de crescimento.
Desde o começo da semana, com apresentação de dirigentes regionais do Federal Reserve, aumentou a percepção dos investidores de que o ritmo de compras de ativos deve ser reduzido a partir de setembro, o que tem provocado queda nas bolsas.
O tom negativo nesta sexta ainda é influenciado pelas declarações do investidor suíço Marc Faber. Conhecido como o "Doutor Apocalipse", ele prevê um "crash" da bolsa este ano, como ocorreu em 1987.
Em outubro daquele ano, em apenas um dia, a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) caiu 22%. Em uma entrevista à rede de televisão CNBC, Faber disse que a situação atual é exatamente igual à verificada em 1987, com os índices de ações em níveis históricos de alta e os ganhos vindo de um grupo pequeno de empresas.
Na agenda desta sexta-feira, 9, estão previstos números dos estoques de atacado. A expectativa do mercado é de recuperação em junho, com alta prevista de 0,3%, de acordo com consenso calculado pelo jornal Barron's. Em maio, os estoques recuaram 0,5%. Os dados do atacado costumam sinalizar algumas tendências para o varejo. As vendas do setor serão divulgadas na próxima terça-feira, 13.
Os números de varejo de julho são aguardados com ansiedade pelos economistas em busca de uma primeira visão de como está o consumo privado no início do terceiro trimestre.
Dados divulgados na semana passada pelo Departamento de Trabalho mostraram que houve queda nos ganhos dos trabalhadores, que cederam 0,2%. Um relatório do RBC Capital Markets diz que esta queda é incapaz de ofuscar o aumento de junho, de 0,5%, e isso deve influenciar positivamente nos números do consumo.
Jacob Oubina, economista do RBC, vê os níveis de consumo subindo para a casa dos 2,5% no terceiro trimestre, acima do 1,7% do segundo período do ano, que teve uma desaceleração em relação ao primeiro.
O consumo privado representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e a expectativa é de que o indicador se acelere neste trimestre, estimulando a atividade e abrindo espaço para a redução do ritmo de compras de ativos pelo Fed. O RBC projeta expansão de 2,4% do PIB no terceiro trimestre, acima do 1,7% dos meses de abril a junho.
Na agenda oficial do Fed, não há apresentações de dirigentes agendadas para esta sexta-feira,9. Mas os presidentes podem dar declarações a veículos de imprensa, como ocorreu na quina-feira, 8, com o chefe do Fed de Dallas, Richard Fisher, que falou à rede de TV CNBC e anteriormente a um jornal alemão. E
le voltou a afirmar que o Fed deveria começar a reduzir suas compras de ativos em setembro, como já havia dito na segunda-feira, 5.
No mundo corporativo, o dia também tem agenda fraca, sem anúncio previsto de resultados de grandes empresas. Um dos destaques do dia é a BlackBerry, que subia 5,9% no pré-mercado em meio a rumores que circulam na imprensa de que seguirá os passos da fabricante de computadores Dell e poderá ser vendida a um fundo de private equity e ter o capital fechado.
Um dos possíveis compradores seria o Silver Lake, o mesmo que está tentando comprar a Dell.