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Fatores internos e externos fazem dólar recuar 0,15%

O resultado do IPCA-15 de fevereiro, de 0,68%, representou uma desaceleração ante a taxa de 0,88% de janeiro, mas ficou acima da mediana das previsões do mercado


	Nota de dólar
 (Getty Images)

Nota de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Após duas sessões em alta, o dólar recuou ante o real nesta sexta-feira, sob a influência de fatores internos e externos. No Brasil, a inflação de 0,68% medida pelo IPCA-15 em fevereiro reforçou a leitura de que um dólar mais baixo é de interesse do governo para conter o avanço de preços. Além disso, bancos e investidores estrangeiros seguem bastante vendidos (apostando na queda da moeda norte-americana) no mercado futuro e o Banco Central divulgou números ruins do setor externo do País. Lá fora, após a forte alta da véspera, o dólar operou em baixa neste pregão ante algumas das principais moedas ligadas a commodities, com aplicadores em busca de ativos de maior risco.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,15%, cotado a R$ 1,9720 no balcão. Na mínima, vista no início dos negócios, a divisa marcou R$ 1,9640 (-0,56%). O dólar fechou a semana valorização de 0,25%. No mês, tem queda de 0,75% e, no ano, de 3,57%.

Às 16h30, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro à vista de US$ 2,864 bilhões. O dólar pronto da BM&F terminou em baixa de 0,14%, a R$ 1,9713, com apenas oito negócios. No mercado futuro, o dólar para março caía 0,10% no mesmo horário, a R$ 1,973.

O resultado do IPCA-15 de fevereiro, de 0,68%, representou uma desaceleração ante a taxa de 0,88% de janeiro, mas ficou acima da mediana das previsões do mercado (+0,61%). "O IPCA-15 veio um pouco salgado. Então isso teve repercussão no câmbio, com o mercado vendo o dólar como uma ferramenta acessória aos juros no combate à inflação", comentou Maurício Nakahodo, consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ.

Pela manhã, o Banco Central (BC) divulgou dados das contas externas em janeiro, que mostraram um quadro ruim. O déficit em transações correntes no mês passado ficou em US$ 11,371 bilhões - o pior resultado para todos os meses desde o início da série histórica da autoridade monetária, em 1947. O ingresso de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em janeiro alcançou US$ 3,703 bilhões - abaixo da expectativa do BC, de entradas de US$ 4,5 bilhões.

Chamou ainda a atenção o fato de a posição vendida à vista dos bancos ter voltado a subir, atingido US$ 10,642 bilhões em fevereiro até o dia 20. Em janeiro, a posição vendida dos bancos estava em US$ 8,577 bilhões.

Apesar da queda desta sessão, segue a percepção, no mercado brasileiro, de que o BC trabalha atualmente com o câmbio numa banda estreita, não havendo espaço para cotações abaixo de R$ 1,95 nem para avanços além de R$ 2,00. "A banda está entre R$ 1,95 e R$ 2,00, até porque o BC atuou quando a moeda atingiu R$ 1,95.


Dentro deste espaço, o BC vai trabalhando e só atuará se houver necessidade", comentou Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora. "Além disso, o IPCA está bem longe da meta. Se (o câmbio) passar de R$ 2,00, não tenha dúvidas de que o BC vai atuar", completou.

A busca por ativos de maior risco no exterior, como ações, também contribuiu para a queda do dólar ante algumas divisas ligadas a commodities. O movimento foi favorecido pelo índice de confiança das empresas da Alemanha, que subiu de 104,3 para 107,4 em fevereiro, na quarta alta mensal seguida, superando a previsão dos analistas.

Este também foi o maior aumento desde julho de 2010. "O índice na Alemanha, que veio melhor do que a expectativa dos investidores, ajudou a impulsionar as Bolsas lá fora e a alta do dólar ante outras moedas", comentou Nakahodo.

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