Títulos do Tesouro que protegem investidores da inflação subiram para patamar recorde este mês, acompanhando a queda nos reservatórios das usinas hidrelétrica (EXAME)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 07h58.
São Paulo - A falta de chuvas no Brasil, País que tem 85 por cento da matriz energética em usinas hidrelétricas, ameaça aumentar os custos de energia e inviabilizar o projeto da presidente Dilma Rousseff para ressuscitar a economia sem agravar a inflação.
Títulos do Tesouro que protegem investidores da inflação subiram para patamar recorde este mês, acompanhando a queda nos reservatórios.
Com menos água, aumenta o risco de as usinas hidrelétricas suspenderem suas operações, levando o preço da energia ao maior nível em cinco anos.
Estimativas dos operadores para a inflação anual até 2015 subiram 0,15 ponto percentual neste mês, para 5,85 por cento, empurrando o spread acima da taxa real, de 5,53 por cento, para três vezes a média no ano passado, de acordo com a chamada taxa implícita de inflação.
As chuvas, que foram menos da metade da média histórica em dezembro, estão transformando a escassez de água em um novo obstáculo para um País onde a inflação ultrapassou a meta por 27 meses consecutivos e a economia teve o crescimento mais lento acumulado em dois anos em uma década.
O governo, que está usando o Fundo Soberano e os lucros de estatais para cumprir sua meta de superávit fiscal em 2012, tinha previsto que as tarifas de energia mais baixas poderiam ajudar a reduzir a inflação em 1 ponto percentual.
“Essa história de racionamento de energia é uma má notícia para a inflação e uma má notícia para o crescimento”, disse Tony Volpon, chefe de pesquisa para as Américas da Nomura Holdings Inc., em Nova York.