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Fake news 'enriquece' S&P 500 em US$ 3,6 trilhões por 34 minutos

Conversas sobre um atraso de 90 dias nas tarifas começaram a circular em Wall Street

Desde o anúncio das tarifas pelo presidente Donald Trump na semana passada, investidores estão buscando um alívio nessa guerra comercial (Brendan McDermid/Reuters)

Desde o anúncio das tarifas pelo presidente Donald Trump na semana passada, investidores estão buscando um alívio nessa guerra comercial (Brendan McDermid/Reuters)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 7 de abril de 2025 às 19h47.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 19h58.

Além do pânico espalhado pelas bolsas no mundo, a segunda-feira ficou marcada por um momento, no mínimo, bizarro: investidores nos Estados Unidos ensaiaram uma recuperação nos pregões de lá depois de uma notícia que indicava que a Casa Branca iria suspender o tarifaço por 90 dias.

Segundo reportagem do Business Insider, com essa euforia, o S&P 500 subiu 8,5% em 34 minutos no meio da manhã, valorizando em US$ 3,6 trilhões. Isso aconteceu depois que o índice caiu até 4,7%, entrando oficialmente no bear market. Em seu pico intradiário, o S&P 500 subiu 3,4% no dia.

A notícia sobre o tarifaço, porém, era falsa.

Origem da mentira

Conversas sobre um atraso de 90 dias nas tarifas começaram a circular em Wall Street na manhã de segunda-feira.

A fonte do rumor, de acordo com o Business Insider, parece ser uma conta popular no X que rapidamente compartilha manchetes relacionadas a finanças.
A conta @DeItaone, chamada *Walter Bloomberg, compartilhou uma publicação agora excluída às 10h13 da manhã, horário do leste dos EUA, que dizia: "HASSETT: TRUMP ESTÁ CONSIDERANDO UMA PAUSA DE 90 DIAS NAS TARIFAS PARA TODOS OS PAÍSES, EXCETO A CHINA."

A publicação fez referência a uma entrevista da Fox News no início do dia com Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional. Hassett foi questionado se o presidente consideraria uma pausa de 90 dias nas tarifas para que os países tivessem mais tempo para negociar, conforme defendido pelo investidor bilionário Bill Ackman e pelo ex-CEO do Goldman Sachs Lloyd Blankfein.
"Acho que o presidente vai decidir o que o presidente vai decidir", respondeu Hassett.

Mais tarde, a Casa Branca disse à CNBC que uma pausa de 90 dias nas tarifas era "notícia falsa", e o mercado de ações reverteu seus ganhos.

Investidores buscam saída

Desde o anúncio das tarifas pelo presidente Donald Trump na semana passada, investidores estão buscando um alívio nessa guerra comercial. Analistas do mercado estão preocupados que, com as taxas em vigor, se inaugure uma era comercial de incertezas e protecionismo.

Na sexta-feira, a China anunciou que iria retaliar os EUA em 34% em razão das tarifas recíprocas. Os mercados asiáticos despencaram, com a bolsa de Tóquio tendo o circuito breaker acionado. Na Europa, os pregões também foram de perdas pesadas. Trump piorou o humor do mercado ao ameaçar que poderia sobretaxar Pequim em mais 50%, o que totalizaria 104% em taxas contra produtos chineses.

As chamadas tarifas recíprocas entraram em vigor no sábado, 5. A Casa Branca nega qualquer plano de voltar atrás nessa questão.

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