Um mês depois do IPO, operação do Facebook ainda gera dúvidas sobre problemas (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2012 às 11h45.
São Paulo – Nasdaq, coordenadores ou o próprio Facebook (FB)? Essa é a dúvida do mercado sobre quem verdadeiramente teve culpa sobre os problemas que atrapalharam a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da rede social, uma das maiores da história e a mais aguardada do ano.
Segundo reportagem do Deal Book, do The New York Times, o Facebook já está preparando suas armas e vai mover uma ação de defesa para tentar se safar de possíveis acusações.
Uma fonte próxima ao assunto disse que o documento não deve fornecer muitos detalhes sobre o que aconteceu no percurso da operação, mas pretende traçar um panorama sobre a participação efetiva da Nasdaq no dia da estreia das ações (e pode colocar certa culpa na bolsa de valores).
Em 18 de maio, dia em que os papéis da empresa de Mark Zuckerberg estrearam no mercado financeiro, uma falha técnica na Nasdaq atrasou o início das negociações.
Dois dias depois, Robert Greifeld, executivo chefe do grupo Nasdaq OMX, reconheceu o problema numa entrevista a jornalistas americanos e disse que a empresa se sentia “humildemente embaraçada” com a situação.
Só no início de junho, porém, a bolsa anunciou uma medida prática sobre o assunto e disse que vai indenizar com 40 milhões de dólares os investidores prejudicados pelos erros técnicos cometidos.
Além da questão da Nasdaq, a rede social tem pela frente uma luta jurídica contra minoritários. O escritório de advocacia americano Robbins Geller, especialista em casos do mercado financeiro, vai representar investidores num processo contra o Facebook, o Morgan Stanley, Mark Zuckerberg e outros diretores da empresa e bancos coordenadores da operação, como o J.P.Morgan, Goldman Sachs, Merrill Lynch e Barclays.
O escritório acusa a rede social e os coordenadores da oferta de infringir regras que regem o mercado financeiro dos Estados Unidos. Os advogados chegaram a afirmar que o prospecto registrado para o IPO era “falso e enganoso”.
Além dos problemas citados, a dificuldade de avaliar um preço-justo para as ações vem prejudicando o desempenho dos papéis desde sua estreia. As ações fecharam o primeiro pregão quase estáveis, mas operam atualmente no patamar de 28,50 dólares, bem abaixo do preço de 38 dólares de quando os papéis foram lançados.