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Facebook, PayPal, Netflix: por que o mercado não antecipou a queda

Entre as 62 firmas de Wall Street que cobrem as ações da Meta, dona do Facebook, 52 tinham recomendação de compra antes dos resultados que derrubaram a cotação em cerca de 25%

Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta (Facebook): desafio de recuperar a confiança de investidores | Foto: Michael Nagle/Bloomberg (Michael Nagle/Bloomberg)

Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta (Facebook): desafio de recuperar a confiança de investidores | Foto: Michael Nagle/Bloomberg (Michael Nagle/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 3 de fevereiro de 2022 às 17h54.

Por Thyagaraju Adinarayan*

Balanços de grandes empresas de tecnologia provocaram mudanças extremas no preço das ações, com as expectativas de Wall Street aparentemente desalinhadas da realidade das empresas.

Antes da queda de 27% no preço das ações da Meta (FBOK34) nesta quinta-feira, dia 3, causada pelo fato de que sua previsão de receita para o primeiro trimestre frustrou as estimativas de mercado, analistas estavam amplamente otimistas com a gigante das mídias sociais, detentora do Facebook, do Instagram e do WhatsApp.

Entre as 62 firmas de Wall Street que cobrem as ações da dona do Facebook, 52 tinham recomendação de compra, e os analistas viam potencial de alta de 18% com base na média de seus preços-alvo, de acordo com dados acompanhados pela Bloomberg.

Meta: é hora de aproveitar a forte queda para comprar na baixa? Veja a recomendação do BTG Pactual

A visão de corretoras e casas de análise sobre a PayPal (PYPL34) antes de seus resultados era igualmente otimista. A grande maioria dos analistas monitorados pela Bloomberg tinha recomendação de compra para a empresa de pagamentos digitais antes da divulgação de um balanço que fez as ações derreterem 25%.

E, para a Netflix (NFLX34), analistas esperavam que o gigante do streaming adicionasse 6,26 milhões de novos usuários no trimestre atual, uma grande incompatibilidade em relação aos 2,5 milhões projetados pela empresa. As ações despencaram 22% no pregão seguinte à divulgação do resultado.

Expectativas elevadas e um histórico de lucros que superaram previsões podem ser parcialmente culpados pelas tombos das ações, de acordo com Mark Stoeckle, CEO e gerente sênior de portfólio do Adams Funds.

“O sell side [analistas que divulgam relatórios com recomendações] tratou ações como as de Netflix e Meta como realeza”, disse Stoeckle por e-mail. Dada a crescente concorrência e a maturidade das ações, elas estão em um relevante ponto de inflexão, acrescentou. “Isso não significa que o mundo passou para eles, mas significa que elas não veem ventos contrários há muito tempo.”

A queda da Meta coloca a empresa a caminho de apagar mais de 200 bilhões de dólares de seu valor de mercado em um pregão.

Para o chefe de estratégia de ações do Saxo Bank, Peter Garnry, o descasamento entre expectativas e realidade sugere que as empresas têm “uma visibilidade aparentemente baixa de seus negócios impulsionada pela falta de compreensão da dinâmica pós-pandemia”.

Ao mesmo tempo, os movimentos “parecem um pouco excessivos em relação à mudança nas expectativas, ressaltando o quão sensível e frágil o setor de tecnologia dos Estados Unidos está agora”, escreveu Garnry em comentários por e-mail.

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