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Facebook faz história com sua estreia na bolsa de NY

Depois de muita turbulência a ação do Facebook foi fechada a US$ 38,23 e a empresa teve alta de 0,6%

Em qualquer caso e apesar das dúvidas da capacidade do Facebook de continuar criando valor, Hamadeh concorda em que o que acontece hoje "só ocorre uma vez a cada década" (Reuters)

Em qualquer caso e apesar das dúvidas da capacidade do Facebook de continuar criando valor, Hamadeh concorda em que o que acontece hoje "só ocorre uma vez a cada década" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2012 às 18h47.

Nova York - O Facebook fez história nesta sexta-feira com a maior estreia em bolsa de uma empresa de tecnologia, com uma deslumbrante valorização de mais de US$ 112 bilhões, e isso apesar de um turbulento começo no qual passou de disparar mais de 13% a não experimentar mudanças e cair de valor, fechando finalmente a US$ 38,23 por ação, alta de 0,6%.

"Não acredito que nenhum de nós tenha visto nada parecido em nossa vida. A última vez que vimos algo assim foi quando o Google lançou-se em bolsa e em comparação aquilo parece um evento pequeno", explicou à Agência Efe o analista da firma Gartner, Michael Gartenberg.

Depois de se prolongar por mais de 30 minutos o começo de sua cotação no meio de uma expectativa desconhecida em Wall Street há anos, a primeira troca de ações do Facebook no mercado Nasdaq aconteceu no valor de US$ 42,05, 11% mais que os US$ 38 fixados em seu preço de lançamento.

Nesses primeiros minutos chegaram a ser fechadas contratações no valor de US$ 43, mais de 13%, confirmando as previsões de uma alta superior a dois dígitos no primeiro dia em Bolsa da rede social fundada há somente oito anos por Mark Zuckerberg em um dormitório da universidade de Harvard.

Mas após 20 minutos, a alta parou repentinamente até chegar a não registrar nenhuma mudança, exatamente nos US$ 38, o que despertou dúvidas sobre o sucesso deste lançamento em bolsa e que inclusive provocou que os três índices de referência de Wall Street ficassem no vermelho.

Essa inesperada mudança aconteceu em parte por um erro técnico do mercado Nasdaq, que reconheceu mais tarde estar pesquisando problemas com a execução das ordens de compra e venda das ações do Facebook, o que causou esse lançamento tumultuado.

Uma hora antes do fim da sessão, as ações da rede social - das quais já foram negociadas 432 milhões - recuperaram força e subiram 5,5%, o que catapultou sua valorização em bolsa para US$ 112 bilhões, acima de sólidas companhias como McDonald"s, Citigroup e Amazon.


O Facebook lançou no mercado 421,2 milhões de ações, com o que arrecadou US$ 16 bilhões com sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), o que poderia chegar em um mês a US$ 18,4 bilhões.

Trata-se da maior estreia em Wall Street de uma empresa tecnológica, muito acima do Google, que em 2004 arrecadou US$ 1,9 bilhão, e o terceiro maior da história de qualquer empresa dos EUA, só atrás da General Motors, que lucrou US$ 18,140 bilhões, e Visa, com US$ 19,650 bilhões.

"Atualmente tudo isto parece muito importante. Se lançar em bolsa é um marco em nossa história, mas nossa missão não é ser uma empresa cotada, nossa missão é fazer o mundo mais aberto e conectado", disse Zuckerberg pouco antes de tocar o sino na cerimônia de abertura do Nasdaq, que hoje se transferiu da nova-iorquina Times Square para a sede do Facebook em Manlo Park (Califórnia).

Vestido com seu já tradicional casaco de moleton com capuz e em um palco instalado para a ocasião em frente a centenas de funcionários da empresa, Zuckerberg soou a campainha que transformou sua participação na rede social em um tesouro de US$ 19,1 bilhões.

Assim se dá por finalizado um processo que começou no dia 1ª de fevereiro, mas os analistas concordam que agora a rede social enfrenta novos e maiores desafios, como o de rentabilizar essa página que conecta 900 milhões de pessoas no mundo todo, um oitavo da população mundial.

"A pergunta é se a longo prazo qual vai ser o valor desta companhia, é uma companhia que mudou as regras em um mundo no qual o conteúdo costumava ser o rei. O Facebook fez com que agora as conexões sejam tudo", afirma o analista da Gartner.

Segundo sua opinião, a empresa que introduziu na vida diária o botão "Curtir" e utilizada como ferramenta para movimentos sociais como a "primavera árabe" tem um potencial enorme de crescimento nos dispositivos móveis, até tal ponto que se acredita que se o Facebook tivesse surgido hoje, "seria uma aplicação móvel".

Muito diferente é a visão do analista e executivo-chefe da PrivCo, Sam Hamadeh, que vê justamente nos celulares o calcanhar de aquiles da rede social, já que a possibilidade de mostrar anúncios é muito limitada, por isso que para ele um preço "justo" das ações do Facebook seria de entre US$ 24 e US$ 25.

Em qualquer caso e apesar das dúvidas da capacidade do Facebook de continuar criando valor, Hamadeh concorda em que o que acontece hoje "só ocorre uma vez a cada década". 

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