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EXCLUSIVO: Inter mira pequenas e médias empresas e lança assessoria para PJ

Segmento de pequenos negócios é um dos mais rentáveis dentro da base do banco digital, que quer expandir atuação da pessoa física para a jurídica

Fachada do Inter: banco digital reforça atendimento à pessoa jurídica (Inter/Divulgação)

Fachada do Inter: banco digital reforça atendimento à pessoa jurídica (Inter/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 24 de agosto de 2023 às 14h44.

Em sua busca por rentabilidade, o Inter tem o empreendedor como uma de suas prioridades para 2023. O segmento de pessoas jurídicas conta com 1,8 milhões de contas – pouco mais de 6% da base de 28 milhões de clientes do banco digital, que nasceu e cresceu focado na pessoa física. Ainda assim, a frente PJ é uma das mais rentáveis: o perfil de pequenas e médias empresas têm uma receita média de quatro a cinco vezes maior que um cliente PF padrão.  

Para dar um novo passo na direção desses pequenos negócios, o Inter está apostando na personalização do atendimento. O banco está lançando um serviço de assessoria, com profissionais dedicados ao empreendedor. Funciona como a figura do gerente bancário ou consultor financeiro que normalmente já atende as empresas de maior porte. O assessor auxilia o cliente a navegar pelos serviços financeiros, em opções como investimentos, câmbio, adquirência e crédito.

“O Inter é 100% digital, então os clientes conseguem resolver todas as suas dúvidas sem a intermediação. Mas trouxemos a figura do assessor para aproximar o cliente e tirar um pouco da complexidade da vida bancária. Empreender já é difícil, e a rotina de banco não deveria prejudicar esse processo”, defende Priscila Salles, diretora de clientes e varejo do Inter, em entrevista exclusiva à EXAME Invest.

A opção vale para o varejo, em especial pequenas e médias empresas, que são 30% da base PJ do banco. São elegíveis aquelas com crédito a partir de R$ 10 mil ou movimentação financeira mensal a partir de R$ 100 mil, segmento chamado de “PJ Pro”. A faixa de negócios médios, ou “enterprise”, abarca os clientes que têm a partir R$ 50 mil em crédito, acima de R$ 300 mil na movimentação mensal ou a partir de R$ 1 milhão em investimentos.

A segmentação, segundo o Inter, faz parte da estratégia de aumentar a receita vinda do varejo em pessoa jurídica. Nos cálculos do banco, os clientes Pro tiveram um aumento de 56% na receita média depois da segmentação, enquanto os clientes enterprise tiveram uma alta de 65%. Quando as empresas atingem as faixas elegíveis, são convidadas pelo Inter a participar do programa de assessoria, que é gratuito e realizado de forma 100% digital.

O foco nas pequenas e médias tira o Inter da competição acirrada com os bancões e seus grandes clientes, e dá a oportunidade de construir uma relação a longo prazo com empresários que estão se estruturando agora.

“Ao longo da jornada, tivemos MEIs que amadureceram e abriram PJ conosco. Queremos crescer junto com os negócios pequenos e médios. Se atendemos a empresa desde o início, é provável que a seja uma relação longa. É interessante para os dois lados”, avalia Salles.

O Inter avalia que o diferencial do modelo é a sua plataforma, chamada pela companhia de “Super App”. O aplicativo conta com segmentos de seguros, investimentos, marketplace, câmbio e reúne ainda algumas ferramentas direcionadas para PJs, como a conta global business, que facilita transações internacionais com fornecedores no exterior. 

A expectativa é aumentar a gama de incentivos nos próximos meses e assim engordar a base de assessorados. Entre as opções em estudo estão a disponibilidade de mais boletos para compensação, e o oferecimento de novos pontos no programa de recompensa do cartão de crédito. O Inter quer alcançar a marca de 2 milhões de clientes empresariais em 2023, crescendo em 230 mil o número de negócios assessorados dentro de casa.

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