Felipe Souto, CEO da Bloxs, vê oportunidade no mercado de crédito privado em segmentos menores (Bloxs/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 4 de setembro de 2023 às 06h30.
Última atualização em 4 de setembro de 2023 às 11h13.
A fintech Bloxs, que atua como um banco digital de investimentos, está se preparando para lançar uma corretora. O objetivo é oferecer um ecossistema completo para o mercado de crédito privado. Hoje a startup já conta com originação e estruturação de produtos estruturados e deve caminhar para um terceiro nessa cadeia: o da distribuição.
“Nosso objetivo não é concorrer com as gigantes do mercado, mas sim facilitar a usabilidade do nosso cliente. A empresa pode estruturar o produto com a Bloxs e já realizar a distribuição para investidores, processo que hoje é feito com parceiros”, adiantou Felipe Souto, CEO da Bloxs, em entrevista exclusiva à EXAME Invest.
A startup nasceu em 2018 de olho no mercado de pequenas e médias empresas, que acaba ficando em segundo plano no pipeline dos grandes bancos de investimento. Os clientes da Bloxs contratam um serviço de banco de investimento as a service, no qual o uso intensivo de tecnologia barateia a operação e permite que empresas menores tenham acesso ao serviço. A Bloxs origina e estrutura papéis como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
O mercado de estruturados é, na visão de Souto, uma grande oportunidade. “Os mercados líquidos já estão tomados por participantes muito competentes. Nós vemos oportunidades no mercado alternativo, com operações estruturadas. O propósito da Bloxs é ser esse ecossistema onde potenciais emissores submetem um deal e nós viabilizamos essa operação”, reforçou Souto.
No primeiro semestre deste ano, a área de originação da Bloxs movimentou R$ 11,4 bilhões – número 52% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Já o segmento de estruturação movimentou R$ 2,4 bilhões. A chegada da corretora irá fechar todas as pontas do negócio, cujo ecossistema se chamará “Bloxs One”.
A expectativa é que os produtos estruturados continuem ganhando protagonismo nas carteiras dos grandes fundos globais, abrindo mais possibilidades para a Bloxs. Os planos futuros envolvem ainda a criação de um “clube de gestoras”, uma solução que daria aos investidores institucionais uma plataforma para submeter operações e encontrar possíveis investidores.
A projeção da Bloxs é saltar dos 41 mil clientes atuais para 55 mil até o final de 2023. A expectativa para o volume de captações é alcançar a marca dos R$ 200 milhões no acumulado deste ano.