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Ex-sócio da Empiricus é preso pelo FBI por desvio de contas bancárias

Marcos Eduardo Elias é acusado de desviar mais de 750.000 dólares de contas de brasileiros em Nova York

A investigação foi conduzida pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), a Polícia Federal americana (Mandel Ngan/AFP)

A investigação foi conduzida pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), a Polícia Federal americana (Mandel Ngan/AFP)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 20h11.

Última atualização em 6 de setembro de 2018 às 10h59.

Marcos Eduardo Elias, fundador e ex-sócio da publicadora de conteúdo sobre investimentos Empiricus, foi preso na Suíça em junho e extraditado para os Estados Unidos na semana passada, acusado de desviar mais de 750.000 dólares de contas bancárias de brasileiros em Nova York.

Segundo informações do Departamento de Justiça americano, Elias se passou por funcionários dos titulares das contas bancárias, e, usando documentos falsos, conseguiu transferir o dinheiro para uma conta controlada por ele em Luxemburgo. Uma das supostas vítimas do esquema foi o conglomerado varejista Zaffari, controlado pela família gaúcha de mesmo sobrenome. 

A investigação foi conduzida pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), a Polícia Federal americana. Os acusados teriam mandado e-mails para outros empregados do grupo Zaffari fingindo ser um dos membros do clã, e solicitavam a transferência dos montantes para a conta. Essa conta tinha como titular uma empresa sediada no Panamá que falsamente listava entre seus donos o membro da família Zaffari em questão, mas na verdade era da propriedade de Elias.

Elias é engenheiro mecânico formando pela Universidade de São Paulo. Foi economista-chefe do banco francês BNP Paribas e ajudou a fundar a Empiricus em 2010. O executivo está sendo acusado pela Justiça americana de conspiração para cometer fraude, crime que tem pena máxima de 30 anos de prisão; de fraude de transferência bancária, com pena de 30 anos; de receptação de produto de furto, com 10 anos. O executivo do mercado financeiro está sofrendo, ainda, duas acusações de furto de identidade com agravantes, que têm penas de dois anos cada.

Em 2017, Elias processou a Empiricus, como EXAME revelou em primeira mão. No processo, Elias dizia ter sido pressionado a sair da sociedade em 2012, pouco antes de a Empiricus receber o investimento da empresa americana de informações financeiras Ágora. Elias pedia uma indenização que pode chegar a 10 milhões de reais. A ação foi considerada extinta pelo despacho assinado pela juíza 21 Vara Cível Maria Carolina de Mattos Bertoldo, em junho deste ano, segundo informações da assessoria de imprensa da Empiricus. A defesa de Elias não foi localizada. 

O Grupo Zaffari enviou uma nota a EXAME:

O Grupo Zaffari esclarece que, de fato possuía uma conta em uma instituição financeira nos EUA, para suas atividades de importação e exportação. Em 2014, ao perceber que a conta havia sido violada, notificou imediatamente a instituição financeira envolvida e passou a colaborar com as investigações das autoridades daquele país. Cabe salientar que o Zaffari já foi restituído do valor lá depositado, não possuindo mais nada a reclamar neste sentido.  

Matéria atualizada em 6 de setembro, às 9h20.

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