Christine Lagarde: bolsas da Europa fecharam nas máximas da sessão impulsionadas pelas declarações da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (REUTERS/Jonathan Ernst)
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2013 às 15h03.
São Paulo - Numa sessão de pouca liquidez e de fluxo reduzido de indicadores e notícias que pudessem influenciar os mercados, as bolsas da Europa fecharam nesta segunda-feira, 23, nas máximas da sessão impulsionadas pelas declarações da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
O FMI decidiu revisar para cima a projeção de crescimento econômico dos Estados Unidos, o que aumentou o otimismo sobre a recuperação econômica do país e sustentou a quarta alta consecutiva na região. O índice Stoxx Euro 600 fechou em alta de 0,7% aos 323,40 pontos, maior nível desde o dia 2.
Em entrevista na noite deste domingo, 22, no canal CNBC, Lagarde disse que a entidade vai melhorar a previsão do desempenho econômico dos EUA depois da aprovação do acordo orçamentário em Washington e de o plano do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para a redução de estímulos monetários ter aliviado dúvidas sobre o futuro. Em outubro, o FMI previa que o Produto Interno Bruto (PIB) americano cresceria 2,6% em 2014. A diretora-gerente do FMI não especificou a nova projeção.
Na Europa, a agenda de indicadores foi fraca, mas o mercado acompanhou três indicadores dos EUA divulgados nesta segunda-feira: o relatório sobre renda e gastos dos consumidores, o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan e o indicador de atividade do Fed de Chicago.
Os gastos com consumo subiram 0,5%, enquanto a renda pessoal aumentou 0,2%. O índice de preços do PCE ficou estável em novembro ante outubro e o núcleo do indicador subiu 0,1%. O índice de atividade nacional se recuperou e subiu +0,60, de -0,07 em novembro. Já o índice de sentimento do consumidor subiu a 82,5 em dezembro, um pouco abaixo da previsão de 82,9.
Mesmo com os indicadores positivos nos EUA, as bolsas europeias pouco foram influenciadas pelos números e só registraram as máximas nos minutos finais da sessão.
Além dos dados, o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, afirmou que a decisão do Fed de começar a reduzir o programa de compra de ativos foi correta. Lacker também ressaltou que acredita que o Fed começará a elevar a taxa básica de juros no início de 2015, chegando a 2% naquele ano, ante o nível atual próximo a zero.
No mercado corporativo, o destaque foi a notícia da Apple, que confirmou um acordo para a China Mobile vender o iPhone a consumidores chineses a partir do dia 17. A fabricante de chips ARM, cuja tecnologia é usada no smartphone da Apple, foi destaque de alta no mercado da Grã-Bretanha de manhã e fechou o pregão com ganhos de 3,93%.
Os papéis da Serco também foram destaque, com alta de 2,8%, após a empresa de serviços do governo conseguir prorrogação de seis meses do contrato com o Departamento de Governo Australiano e Proteção de Fronteiras. A Bolsa de Londres teve alta de 1,09%, na máxima de 6.678,61 pontos.
A Bolsa de Frankfurt fechou com um recorde histórico, em alta de 0,9%, aos 9.488,82 pontos. A companhia química Lanxess registrou ganhos de 4,3% nas ações, depois de anunciar que espera lucros maiores em 2014. A farmacêutica Bayer subiu 2,1%, fechando acima de 100,00 pela primeira vez na história. A K+S e a Siemens também foram destaques positivos, com altas de 1,6% e 1,1%, respectivamente.
Em Paris, o índice CAC40 subiu 0,5%, na máxima de 4.215,29 pontos. As ações da Alcatel-Lucent perderam 2% no primeiro dia fora do índice principal da Bolsa de Paris. Já os papéis da Societé Generale encerraram em alta de 1,5%. Na Itália, a Bolsa de Milão teve ganhos de 0,71%, aos 18.697,15 pontos.
As ações do Banca Monte dei Paschi di Siena subiram 4,3%, com as especulações de que um grande acionista da instituição pode vender 20% da participação. O índice IBEX35, de Madri, também fechou na máxima da sessão, com alta de 0,71%, aos 9.758,40 pontos. Em Lisboa, a bolsa ganhou 1,45%, aos 6.610,75 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.