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Europa e EUA levam Bovespa a abrir em baixa

Os investidores estão à espera dos desdobramentos da crise na zona do euro e de dados da economia norte-americana

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 10h40.

São Paulo - A cautela toma conta dos mercados de ações na Europa e nos Estados Unidos nesta terça-feira, com os investidores à espera dos desdobramentos da crise na zona do euro e de dados da economia norte-americana. Os números de confiança de consumidores e empresas, divulgados mais cedo em alguns países europeus, não chegaram a empolgar nem vieram ruins, o que mantém o mercado à espera de um resolução para os problemas da Espanha, da Grécia e da Itália. Os principais índices da Europa e os futuros de Nova York registram leves ganhos, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recua na abertura, após os ganhos de segunda-feira.

Às 10h13, o Ibovespa caía 0,32%, aos 61.714 pontos. Em Nova York, o S&P futuro subia 0,23% e o Nasdaq futuro tinha alta de 0,41%. Na Europa, com os principais índices à vista operando, Paris estava estável, Frankfurt subia 0,02%, Londres subia 0,13% e Madri tinha alta de 0,40%.

"Nossa Bolsa, como subiu ontem, deve abrir o dia no negativo, mas ficar de olho no exterior para se ajustar ao longo do dia", comentou há pouco o estrategista Pedro Galdi, da SLW. "(O presidente do Banco Central Europeu) Mario Draghi também fala pela manhã, o que pode voltar a pressionar a Espanha", citou. Draghi concede entrevista coletiva pela manhã, após reunião com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e também discursa durante evento em Berlim.

Mais cedo, os números divulgados em alguns dos principais países europeus não surpreenderam e ficaram próximos da estabilidade. O índice de confiança do consumidor alemão manteve-se estável em 5,9 pontos em outubro ante setembro. O dado, que traduz uma expectativa e refere-se sempre ao mês seguinte da pesquisa, ficou dentro da previsão de economistas. Na França, o índice de sentimento das empresas ficou em 90 em setembro, resultado idêntico ao de agosto. Analistas esperavam 89. Já na Itália a confiança do consumidor teve ligeiro aumento em setembro, para 86,2, ante 86,1 em agosto e a expectativa de estabilidade.

Se estes dados não chamam a atenção, a periferia da zona do euro segue na berlinda. A principal expectativa gira em torno do resgate da Espanha, que se mostra reticente em formalizar um pedido de ajuda. Nesta terça-feira o Tesouro espanhol vendeu em leilão de títulos um montante pouco abaixo do pretendido, mas os yields (retornos ao investidor) foram superiores ao verificado anteriormente. A Itália vendeu o volume máximo de seus bônus indexados à inflação. Já a Grécia, conforme reportagem de um jornal alemão, precisará de mais tempo para colocar suas finanças em ordem.


Na agenda externa, os investidores vão observar principalmente os dados do setor de moradias nos Estados Unidos. Há pouco, a Case-Shiller informou que os preços dos imóveis em 20 cidades subiram 1,2% em julho. Em 10 cidades, a alta foi de 0,6%. Às 11 horas, a FHFA anuncia seu índice de preços de moradias no mesmo mês.

"Os indicadores nos Estados Unidos são importantes e podem ajudar a Bovespa", comentou Galdi.

Conforme relatório enviado nesta terça-feira a clientes pela Um Investimentos, "o Ibovespa segue testando a região de resistência nos 62.000 pontos". "Dando continuidade ao avanço e rompendo a região dos 62.000, tem próximo ponto nos 63.900 pontos e, após este, antigos topos nos 66.380 pontos." Do lado da baixa, o primeiro suporte passa nos 59.500 pontos.

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