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Euforia e receio nas bolsas

Esqueça Brexit, China, terrorismo, Trump. A economia mundial anda às mil maravilhas. Pelo menos é essa a impressão que se tem ao olhar o desempenho do mercado financeiro mundo afora. Nos Estados Unidos, os três principais índices de ações – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – fecharam a segunda-feira no maior patamar de todos […]

BOLSA DE NOVA YORK: patamares parecidos com o atual ocorreram em menos de 5% do tempo nos últimos 130 anos / Brendan McDermid/ Reuters

BOLSA DE NOVA YORK: patamares parecidos com o atual ocorreram em menos de 5% do tempo nos últimos 130 anos / Brendan McDermid/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2016 às 21h20.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.

Esqueça Brexit, China, terrorismo, Trump. A economia mundial anda às mil maravilhas. Pelo menos é essa a impressão que se tem ao olhar o desempenho do mercado financeiro mundo afora. Nos Estados Unidos, os três principais índices de ações – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – fecharam a segunda-feira no maior patamar de todos os tempos. No Reino Unido, que recentemente votou por deixar a União Europeia, os índices já subiram 16% após uma queda inicial de 5,6% com o Brexit e também estão próximos do máximo histórico. Por aqui, o Ibovespa alcançou ontem os 59.000 pontos pela primeira vez em dois anos.

A alta não se limita às ações. Os títulos de dívida dos governos subiram tanto que seus rendimentos se tornaram mínimos. Em casos mais extremos, como no Reino Unido, os rendimentos dos títulos públicos de 2019 e 2020 chegaram -0,1%. Ou seja, investidores estão pagando para emprestar dinheiro ao governo.

O desempenho do mercado parece bom demais para ser verdade. E talvez realmente seja. Como as taxas de juros dos países desenvolvidos estão próximas a zero, investidores procuram por bons investimentos em ações. Com as ações dos mercados internacionais chegando a valores máximos, há quem procure outros países com ativos baratos para investir, incluindo em sua lista o Brasil, por exemplo. Além disso, bancos centrais de países desenvolvidos estão injetando cerca de 200 bilhões de dólares por mês em estímulos para fazer a economia voltar a crescer.

Mas, a cada novo pico, cresce também o medo dos investidores. Afinal, os fundamentos econômicos continuam fracos. A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia começa a impactar a economia, a China desacelera, a inflação não sobe, o preço do petróleo segue longe da média histórica e, no Brasil, o impeachment ainda não se confirmou. A alta, portanto, não vai durar para sempre – resta saber qual dos problemas vai ser responsável por estourar a bolha.

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