Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em leve queda depois de o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vitor Constâncio, afirmar que reestruturar a dívida da Grécia - impondo perdas aos investidores - é algo fora de discussão. A declaração reavivou o receio com a saúde financeira dos países da zona do euro e, segundo analistas, também reduziu o volume de negócios na primeira sessão do mês.

Na noite ontem, os futuros das ações dos EUA operavam em alta e os preços do petróleo caíam após o governo norte-americano divulgar que o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto numa operação militar. Hoje o suporte dado às bolsas pela notícia foi breve. Segundo Len Blum, sócio-gerente da Westwood Capital, "a expectativa sobre a reação num evento como esse é sempre maior do que a reação de fato, que tende a ser efêmera. A empolgação com a notícia sobre Bin Laden diminuiu".

O Dow Jones caiu 3,18 pontos, ou 0,02%, para 12.807,36 pontos. Alguns de seus componentes, no entanto, fecharam em alta. A Alcoa subiu 1,29% depois de o Goldman Sachs ter elevado a recomendação das ações da companhia, enquanto a American Express avançou 1,16% depois de reiterar seu plano para recomprar ações.

Entre os demais índices, o Nasdaq recuou 9,46 pontos, ou 0,33%, para 2.864,08 pontos. O S&P-500 perdeu 2,39 pontos, ou 0,18%, para 1.361,22 pontos.

"Depois da temporada de balanços, as pessoas tendem a se concentrar no cenário amplo e em geral demonstram mais preocupação", disse Karl Mills, presidente e executivo-chefe de investimentos da Jurika Mills & Keifer. Tanto nos EUA quanto na Europa, os investidores estão acompanhando as finanças públicas de perto. "Temos o avião do setor privado, em que as coisas estão melhorando, e o do setor público, em que elas estão piorando. A trajetória atual da dívida pública em relação à receita é alarmante", acrescentou.

Dados divulgados hoje mostraram que o índice de atividade industrial dos EUA medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM) caiu para 60,4 em abril, de 61,2 em março, mas ficou acima da expectativa de analistas, de 59,5. Já os gastos com construção no país aumentaram 1,4% em março ante fevereiro - mais que o previsto -, segundo o Departamento de Comércio. As informações são da Dow Jones.