Dívida dos EUA: montante dobrou nos últimos 19 meses e equivale a 15,9% de todo o orçamento federal para o ano fiscal de 2022 (Samuel Corum Bloomberg via Getty Images/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 12h12.
Última atualização em 7 de novembro de 2023 às 13h33.
As taxas que os investidores cobram para tomar Treasuries americanos devem continuar sob pressão de alta no próximo ano, a julgar pelo custo crescente da dívida do país.
O valor anualizado dos pagamentos de juros do governo dos Estados ultrapassou US$ 1 trilhão no mês passado, segundo análise da Bloomberg. Esse montante dobrou nos últimos 19 meses e equivale a 15,9% de todo o orçamento federal para o ano fiscal de 2022.
Os números foram calculados com base em dados mensais do Tesouro americano para dívida pendente e juros médios pagos.
A deterioração do endividamento nos EUA já levou a uma disparada dos yields e levou a Fitch Ratings a rebaixar a nota de crédito do país em agosto. O salto das taxas também chamou a atenção do Federal Reserve porque, na prática, tem o efeito de aperto monetário.
Para países emergentes como o Brasil, os yields mais altos nos EUA diminuem o diferencial de juros que atraem investimentos para o país em um momento em que o Banco Central (BC) reduz a Selic.
Para o governo americano, o custo da dívida mais alto pode gerar um ciclo vicioso ao levar o Tesouro a emitir mais títulos para pagar juros, além de rolar vencimentos. Os leilões de dívida já aumentaram para cobrir déficits crescentes.
“Haverá mais aumentos nos leilões”, disseram os estrategistas Ira Jersey e Will Hoffman, da Bloomberg Intelligence. “Além de déficits de mais de US$ 2 trilhões em futuro próximo, vencimentos crescentes após o aumento das emissões também precisarão ser refinanciados.”